A importância do cirurgião-dentista na identificação das manifestações das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) na boca, e orientação dos pacientes sobre o fluxo de atendimento e tratamento disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram temas da webconferência “Diálogos na APS”, desta quarta-feira, 15/12. O evento é promovido semanalmente pela Prefeitura de Manaus com o objetivo de aprimorar os conhecimentos dos profissionais de saúde e qualificar a assistência na rede de atenção primária do município.
Com participação de mais de 60 servidores de saúde, que têm horário protegido para participar da conferência, o tema “HIV e outras ISTs: manifestações orais, tratamento e fluxos de atendimento no SUS”, foi desenvolvido pelo cirurgião-dentista Allysson Soares, que atende nas unidades na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em quase duas horas de apresentação. Ele reforçou a importância dos profissionais de saúde no diagnóstico clínico e orientação dos usuários sobre as formas de tratamento, ofertadas pelo SUS, contra as ISTs.
“Nós temos um papel muito importante no diagnóstico clínico e orientação dos pacientes que apresentam manifestações orais de Infecções Sexualmente Transmissíveis, porque podemos identificar esses sinais nos estágios iniciais e, quanto mais cedo essa identificação for realizada, melhor será a resposta ao tratamento”, ressaltou.
O profissional de saúde utilizou ilustrações para mostrar as manifestações orais associadas ao papilomavírus humano (HPV), sífilis, gonorreia, herpes e lesões associadas à infecção pelo HIV. Essas manifestações se apresentam como as manchas, ferimentos, placas, secreções e feridas, disseminadas pelo sexo oral sem proteção, que comprometem seriamente a saúde bucal quando não tratadas.
Adotando uma linguagem simples e didática, o cirurgião-dentista Allysson Soares, que é mestre em patologia bucal pelo Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo, em Campinas (SP), falou sobre verdades e mitos relacionados às ISts, e assinalou a importância do cirurgião-dentista para esclarecer os usuários sobre as formas de prevenção e à necessidade de procurar a rede de saúde para diagnóstico e tratamento, que varia de acordo com o tipo de infecção e estágio em que se encontra.
“É muito importante reforçar que não existe grupo de risco, mas comportamento de risco, por isso o cirurgião-dentista tem uma função essencial de, ao verificar essas alterações, intervir de forma a esclarecer sobre os riscos e formas de prevenção às ISTs. No caso do HPV, por exemplo, é possível se proteger tomando a vacina contra o vírus. Devemos estimular as meninas dos 9 aos 14 anos e os meninos de 11 a 14 anos a se vacinarem na rede pública, para evitar problemas bucais”, ressaltou.
No encerramento de sua conferência, Allysson Soares explicou que, ao ser atendido por um médico ou enfermeiro, o paciente deve ser diagnosticado por meio de sorologia, biópsia e outros instrumentos de diagnóstico, para que através do sistema de regulação, seja encaminhado aos infectologistas que atendem nas policlínicas do Estado ou da prefeitura e, após concluir seu tratamento, deve retornar à rede de atenção primária para ser acompanhado.
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Texto – Tânia Brandão / Semsa
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