FOTO: Divulgação/AdafApós a detecção de casos de influenza aviária nos países da América do Sul – Colômbia, Equador, Peru, Venezuela e Chile –, no mês passado, o Governo do Estado, por meio da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), elevou o nível de atenção para a doença no estado. Técnicos da autarquia vêm acompanhando e reforçando medidas de prevenção em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e com colaboração do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).
Por Agência Amazonas
Médicos veterinários da autarquia foram deslocados para atuar nos municípios que integram área de fronteira do Brasil com países vizinhos
O diretor-presidente da Adaf, Alexandre Araújo, ressalta que a autarquia está tomando todas as providências para evitar a entrada da doença no estado. “É uma prioridade do Governo do Estado, por meio da Adaf, proteger o patrimônio agropecuário do Amazonas. Nossas equipes estão mobilizadas em ações de vigilância ativa para prevenir que essa zoonose entre em nosso território”, disse o gestor.
A influenza aviária pode causar prejuízos à economia e à saúde humana e animal. Com a elevação do nível de alerta, ações permanentes de atenção à situação da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) são necessárias. Por isso, uma equipe de fiscais agropecuários médicos veterinários da Adaf foi deslocada para atuar com vigilância ativa em Tonantins, Santo Antônio do Içá, Amaturá, São Paulo de Olivença, Benjamin Constant, Atalaia do Norte e Tabatinga, que integram a área de fronteira do Brasil com os países vizinhos.
“O período de migração de aves para o hemisfério Sul inicia em novembro, estendendo-se até março ou abril. Nesse período, a vigilância deve ser intensificada, assim como as medidas de biosseguridade na produção de aves”, destacou.
Segundo a médica veterinária e gerente de Defesa Animal da Adaf, Graziele Domingues, a preocupação dos órgãos de defesa agropecuária está relacionada ao início do período migratório de aves silvestres.
FOTOS: Divulgação/AdafInfluenza aviária
A gripe aviária é causada pelo vírus influenza tipo A. Ele evoluiu e é altamente patogênico, ou seja, com alto índice de contágio, com impactos severos no setor da avicultura. Além da necessidade do abatimento das aves, há um retardo no ciclo de produção.
A Adaf pede o apoio da população para que colabore com os órgãos de defesa sanitária e agropecuária para evitar a entrada da gripe aviária no Brasil. “Pedimos a colaboração dos produtores, profissionais da área, observadores de pássaros e toda a população de modo geral para a notificação imediata de eventos excepcionais de mortalidade de aves silvestres ou domésticas”, frisou.
Produção recorde
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de frango, com 14,4 milhões de toneladas, mas lidera as exportações mundiais, comercializando 4,9 milhões de toneladas de carne desta ave no exterior. Uma eventual chegada da doença ao Brasil colocaria o produto brasileiro sob suspeição em vários países, e geraria embargos comerciais.
A doença chegou à Colômbia, Peru e Equador, e no dia 2 de dezembro, o vírus foi detectado em pelicanos na região costeira norte do Estado de Anzoátegui, na Venezuela, segundo informações do governo daquele país.
O Brasil detém 35% das exportações mundiais, e deve atingir US$ 10 bilhões neste ano. São aproximadamente R$ 55 bilhões vindos de fora para irrigar a economia nacional. Na eventualidade da gripe aviária atingir o mercado interno, tanto os consumidores brasileiros quanto os estrangeiros serão afetados.