Alunos da educação básica, da Escola Estadual Raimundo Norões, na zona norte.FOTOS: Pollianna Almeida/Arquivo pessoal
“Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) na Escola: Descobrindo Sabores e Saberes” foi um dos projetos apoiados pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), edital nº 004/2021. Em Manaus, alunos da educação básica, da Escola Estadual Raimundo Norões, na zona norte, prepararam bolos, panquecas, omeletes, saladas e geleias, a partir das plantas.
Há 4 minutos
Por Agência Amazonas
Estudantes da educação básica usaram as plantas pesquisadas no preparo de alimentos doces e salgados
“O trabalho consistiu em realizar pesquisa sobre o emprego na alimentação humana de plantas alimentícias não convencionais, buscando identificar as plantas com potencial alimentício, valor nutricional, propriedades funcionais e o resgate histórico regional”, explicou a coordenadora.
De acordo com a coordenadora do projeto e professora de Ciências, Pollianna Almeida, os alunos coletaram, ao todo, nove espécies de plantas comestíveis que geralmente não são usadas com tanta frequência pela população. Entre as espécies identificadas pelos estudantes estão trapoeba, erva-de-jabuti, flor-do-guarujá, beldroega e caruru.
Materiais recicláveis
FOTOS: Pollianna Almeida/Arquivo pessoalFOTOS: Pollianna Almeida/Arquivo pessoalApós coletadas, as espécies de plantas alimentícias não convencionais foram identificadas pelos próprios alunos do projeto, dentro do laboratório escolar. Os estudantes também confeccionaram vasos autoirrigáveis produzidos a partir de garrafas PET, barbante de algodão e estilete. Com isso, as mudas foram plantadas em vasos nos espaços verdes da escola.
Segundo Pollianna, as sementes, folhas, flores e talos das Pancs são fontes de vitaminas, ferro e fibras, além de possuírem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Os benefícios para saúde encontrados na trapoeba, por exemplo, podem ser aproveitados no preparo de chás, sucos, vitaminas, sopas, saladas, risotos e bolos, conforme indicou a professora.
Aprovação das receitas
Panqueca de caruru recheada com carne moída e temperada com folhas de ora-pro-nóbis.FOTOS: Pollianna Almeida/Arquivo pessoalCom base no desempenho das espécies plantadas, foram elaboradas receitas utilizando as Pancs que melhor se adaptaram ao cultivo em vasos. O potencial alimentício e nutricional das plantas foi apresentado à comunidade escolar por meio da degustação e aceitação das receitas por parte dos alunos e professores.
“Foi demonstrado à comunidade escolar que espécies de plantas de crescimento espontâneo, com pouca exigência de condições climáticas e de fácil cultivo, podem ser introduzidas na alimentação diária, como fonte rica em nutrientes e sais minerais, sendo mais saudáveis, pois são livres de agrotóxicos. As Pancs podem ser produzidas em hortas caseiras ou no horto escolar, utilizadas na merenda ou como forma de enriquecer a alimentação da população carente que possui poucos recursos”, enfatizou Pollianna.
Formação e apoio Fapeam
A equipe que desenvolveu o projeto foi formada por alunos do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, que realizaram as atividades da pesquisa entre no período de julho a dezembro de 2021.
No caso da panqueca de caruru recheada com carne moída e temperada com folhas de ora-pro-nóbis, o percentual de aprovação foi de 100%, considerando a avaliação de 52 pessoas. Já a omelete de folhas e talos de erva-de-jabuti alcançou aprovação de mais de 57%.
“Nós, como professores, somos responsáveis pela formação de nossos alunos, e o ensino por meio de projetos torna o educando protagonista no processo de ensino aprendizagem, instigando-os na busca por conhecimento em busca de soluções para problemas vivenciados no seu dia a dia”, relatou a professora.
Pollianna Almeida classificou como essencial o apoio ofertado pela Fapeam, que resultou no sucesso do projeto, e agradeceu a oportunidade de ensinar aos alunos de forma inovadora.
Edição recorde
Pelo quarto ano consecutivo, o Governo do Amazonas, por meio da Fapeam, registrou um número recorde de propostas submetidas ao PCE. A edição 2022 do programa teve 1.811 projetos inscritos por professores de escolas estaduais do Amazonas e municipais de Manaus, ultrapassando as marcas históricas alcançadas nas edições de 2019, 2020 e 2021 (767, 912 e 1.088 propostas, respectivamente).
Sobre o PCE
O Programa Ciência na Escola (PCE) é uma ação criada pela Fapeam direcionada à participação de professores e estudantes de escolas públicas estaduais do Amazonas e municipais de Manaus em projetos de pesquisa científica e de inovação tecnológica.
A divulgação do resultado final está prevista para ocorrer no mês de maio.