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Por Agência Amazonas
Os portadores da doença celíaca são intolerantes ao glúten, proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados
FOTOS: Acervo Pessoal e Gilmar Miranda/SES-AMNeste domingo (15/05), é o Dia Internacional do Celíaco, enfermidade que afeta pessoas intolerantes ao glúten e seus derivados, causando desconforto abdominal e outros sintomas como diarreia, prisão de ventre e até anemia. Por conta desta data, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) alerta para os sinais, necessidade do diagnóstico precoce e tratamento da doença.
Os portadores da doença celíaca são intolerantes ao glúten, proteína encontrada nos cereais trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados, presente em alimentos como massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja, uísque e alguns doces. O organismo dos celíacos têm dificuldades de absorver os nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água.
De acordo com o gastroenterologista Marcelo Tapajós, que atua na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon), a doença celíaca acomete pessoas de qualquer idade e ambos os sexos. Os sintomas mais frequentes são diarreia, perda de peso e déficits de nutrientes.
“É uma doença autoimune causada pela intolerância ao glúten. A doença celíaca é diferente da sensibilidade ou intolerância ao glúten. Se você tem sensibilidade ao glúten, pode ter sintomas semelhantes aos da doença celíaca, como dor abdominal e cansaço. Porém, a sensibilidade ao glúten não danifica o intestino e não tem relação com o sistema imunológico”, explicou.
A estudante Nathalle Figueira, 26, foi diagnosticada com a doença celíaca quando tinha um ano e oito meses. Ela contou que o começo foi difícil e vivia questionando a mãe sobre sua condição. Hoje, ela consegue conviver, normalmente, com a doença autoimune e realiza exames periodicamente para o controle.
“O convívio com a doença é algo que faz parte de mim. Não é fácil, pois passei por altos e baixos. Cresci sabendo o que devia ou não devia comer, mas na minha infância e adolescência tive uns momentos de revolta e questionamentos: por que todo mundo pode comer glúten e eu não? Por que nasci assim? E minha mãe, pacientemente, me explicava que uma das minhas missões estava ligada a doença”, afirmou Nathalle.
FOTOS: Acervo Pessoal e Gilmar Miranda/SES-AMNathalle ajuda pessoas recém-diagnosticadas por meio de um blog pessoal ‘Manaus Gluten Free’, em que ela administra junto com outra amiga, que também é celíaca, disponível tanto no Instagram quanto no WhatsApp. Elas também contam com o apoio da Associação da Pessoa Alérgica Alimentar do Amazonas.
Assistência – O diagnóstico é realizado por meio de exame de sangue, que verifica a presença de anticorpos específicos. De acordo com o médico, mais de 70% dos pacientes são diagnosticados depois dos 20 anos de idade. “ É uma doença autoimune e precisa de um gatilho, que é o próprio glúten, e uma predisposição genética. Existem anticorpos que dão esse diagnóstico da doença celíaca e é importante que se faça também a endoscopia digestiva no intestino delgado”, disse Marcelo.
O tratamento deve ser iniciado com o primeiro atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Após essa primeira avaliação médica, caso seja necessário acompanhamento especializado, o paciente será encaminhado para uma unidade da rede pública estadual.
O tratamento mais indicado para doença celíaca, sensibilidade ao trigo ou alergia ao glúten é dieta isenta de glúten contínua, para o desaparecimento dos sintomas e complicações. Conforme o gastroenterologista, a doença celíaca não tem cura. Por isso, a dieta restritiva deve ser seguida rigorosamente pelo resto da vida.
Data – O Dia Internacional do Celíaco é comemorado no terceiro domingo de maio com o objetivo de divulgar a doença, a importância da alimentação, além de chamar a atenção para o diagnóstico precoce.
De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), pelo menos 1% da população mundial é portadora da doença celíaca. A doença atinge cerca de 2 milhões de pessoas no país, sendo a maioria sem diagnóstico, conforme a Fenacelbra.