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Por Agência Amazonas
Ao serem detectados sintomas, orientação é buscar atendimento médico imediatamente
FOTO: Arquivo/SecomEm comemoração ao Dia Mundial de Combate à Meningite, neste domingo (24/04), a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) alerta para o diagnóstico precoce e a prevenção da doença. A doença infecciosa é causada por vírus, bactérias ou fungos que atacam as membranas que envolvem e protegem o sistema nervoso. Ao detectar os sintomas, a orientação é buscar atendimento médico imediatamente.
De acordo com dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), os registros da doença no estado reduziram 16,12%, no comparativo do primeiro quadrimestre deste ano com o de 2021. Em 2021 foram registrados 31 casos, de janeiro a 14 de abril, enquanto neste ano, no mesmo período, foram registrados 26 casos.
Os sintomas das meningites virais, quadro mais leve da doença, assemelham-se aos da gripe e dos resfriados. A doença acomete principalmente as crianças que apresentam febre, dor de cabeça, um pouco de rigidez da nuca, falta de apetite e irritação.
A meningite bacteriana é mais grave e deve ser tratada desde o surgimento de sintomas, que incluem febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Os sinais na pele demonstram que a inflamação está se alastrando rapidamente pelo sangue e o risco de infecção generalizada (sepse) aumenta. Nos bebês, a moleira fica elevada.
Infecção – De acordo com o infectologista da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Antônio Magela, a transmissão da doença ocorre pelo contato direto com secreções da boca, nariz ou faringe, e mais frequentemente por meio de espirro e tosse.
“Temos algumas bactérias que causam as chamadas meningites agudas. Essas têm potencial epidêmico, por exemplo a meningite causada pela bactéria chamada Haemophilus, e pela bactéria chamada Meningo. A identificação desses tipos requer a tomada de uma série de medidas para não expandir a disseminação. Esse é o que chamamos de potencial epidêmico, doenças que têm esse potencial epidêmico podem evoluir rapidamente com sinais clínicos de gravidade e levar um grande número de pacientes à morte”, afirmou o médico.
Segundo o infectologista, após o diagnóstico de meningite com potencial epidêmico, como a meningocócica B e a causada pela Haemophilus influenzae b, o paciente deve ser isolado e realizar o tratamento com antibióticos específicos. Neste caso, é realizada a notificação pela FVS-RCP e pela Vigilância Sanitária da Prefeitura de Manaus e, em seguida, uma equipe, de ambas as instituições, realiza o mapeamento identificando os contactantes e distribuindo medicamentos para profilaxia.
Prevenção – A mortalidade das meninges fica em torno entre 10 e 20% em alguns casos. Por essa razão, as medidas de diagnóstico, de contenção e controle devem ser rapidamente tomadas para evitar a disseminação, conforme o infectologista.
“No passado já tivemos algumas situações de surtos de meningite, geralmente por haemophilus ou meningite meningocócica. O que a gente vê é que, como existem vacinas contra essas bactérias, temos observado nos últimos anos um certo silêncio epidemiológico com relação às meningites, felizmente. Por mais que tenhamos uma situação de tranquilidade, não devemos abrir mão dos mecanismos de vigilância”, alertou o médico.
Para prevenir a meningite, é preciso manter a vacinação em dia; não compartilhar objetos de uso pessoal; reforçar os hábitos de higiene, lavando as mãos com frequência, especialmente antes das refeições; deixar os ambientes ventilados, se possível ensolarados, principalmente salas de aula, locais de trabalho e no transporte coletivo; e evitar locais com aglomeração de pessoas.
Imunização – Conforme dados do Programa Nacional de Imunização (PNI) no Amazonas, a cobertura vacinal da Meningococo C, no período de 2017 a 2021, é de 67,27%. A meta da cobertura vacinal no estado é de 95%.
A rede pública de saúde disponibiliza a vacina contra as formas mais graves da doença: meningite tipo C para crianças (1ª dose aos 3 meses; 2ª dose aos 5 meses; e reforço entre 12 meses e 4 anos) e adolescentes entre 12 e 13 anos (1ª); meningite por pneumococo (a proteção está contida na vacina Pneumo 10) para crianças (1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses; e reforço entre 12 meses e 4 anos).
Também são ofertadas no Sistema Único de Saúde (SUS) as vacinas contra meningite por Haemophilus influenzae (proteção presente na vacina Pentavalente): para crianças (1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses; e 3ª dose aos 6 meses). A vacina contra meningite tuberculosa (a vacina BCG protege contra esse tipo da doença) é aplicada em crianças, ao nascer.
Os imunizantes são seguros, gratuitos e estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), de responsabilidade das prefeituras municipais.