Ao usar este site, você concorda com a Política de Privacidade e os Termos de Uso.
Aceitar
amazonas-virtual-fundo-transparente
  • Amazonas
    • Governo do Amazonas
  • Manaus
  • Meio Ambiente
  • Esporte
  • Educação
  • Economia
  • Cidades
  • Polícia
  • Política
Portal Amazonas VirtualPortal Amazonas Virtual
Font ResizerAa
  • Amazonas
  • Manaus
  • Meio Ambiente
  • Esporte
  • Educação
  • Economia
  • Cidades
  • Polícia
  • Política
  • Amazonas
    • Governo do Amazonas
  • Manaus
  • Meio Ambiente
  • Esporte
  • Educação
  • Economia
  • Cidades
  • Polícia
  • Política
Follow US
Portal Amazonas Virtual > Blog > Governo do Amazonas > Em roda de çapó, Defensoria intermedeia acordo entre parteiras indígenas sateré-mawé, ribeirinhas e ONG
Governo do Amazonas

Em roda de çapó, Defensoria intermedeia acordo entre parteiras indígenas sateré-mawé, ribeirinhas e ONG

23 de fevereiro de 2022
Compartilhar
8 Min Lidos
Compartilhar


Há 35 minutos
Por Agência Amazonas

Polo da DPE-AM em Maués atuou para conciliação em conflito sobre patrimônio da Organização Não Governamental Mama Ekos

O Polo de Maués da defensoria pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) intermediou um acordo entre integrantes da Organização Não Governamental (ONG) sem fins lucrativos Mama Ekos sobre a posse do terreno onde funcionava a entidade. A ONG atua desde 2017 no município, oferecendo serviço de parto humanizado, realizado por parteiras ribeirinhas e indígenas sateré-mawé.

A disputa se deu entre a gestora da ONG, que decidiu encerrar a parceria, vender o terreno da sede e deixar a cidade; e as indígenas, determinadas a continuar o projeto. Pelo acordo, o terreno poderá ser vendido e o valor será dividido entre as partes. Dessa forma, as mulheres poderão seguir com o trabalho na região, agora como protagonistas na ONG, que já chegou a contar com 60 parteiras.  

A intermediação foi feita respeitando a cultura indígena, com diálogo ocorrendo em uma roda de çapó, bebida à base de guaraná consumida pelos sateré-mawé. O acordo foi assinado no dia 8 de fevereiro deste ano. Agora a ONG passou a ser presidida por Amazonildes Almeida de Almeida, que é sateré-mawé, o que para a comunidade tem uma conotação muito forte.  

“Gostei muito de a Defensoria lembrar de nós e nos ouvir. A gente precisa muito das pessoas que nos ouçam, nos deem orientação e nos ajudem. É isso que a gente precisa como mulher. A gente conversou e foi tudo bem. A gente vai continuar e a gente espera que dê tudo certo com nossas manas, com nossos chefes indígenas, que disseram que vão nos apoiar. Sou muito grata”, afirmou. 

A Mama Ekos tem o objetivo de empoderar e organizar o trabalho das parteiras ribeirinhas e indígenas, oferecendo serviços de parto humanizado, movimento que ganhou força na região. As mulheres que compõem a ONG se reúnem para compartilhar seus saberes, como o uso de ervas medicinais da Amazônia no acompanhamento das gestantes e no trabalho de parto. Elas atendem gestantes em Maués e também na Terra Indígena Andirá Marau, território tradicional dos sateré-mawé, com o apoio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).  

“O trabalho das parteiras é tradicional na nossa região. É uma alegria muito forte que a gente tem e é muito importante, porque tem mulheres que vivem em locais afastados, onde não tem hospitais. Muitas famílias procuram a gente. Faço tudo, erva medicinal, ‘benzo’, ‘puxo’, faço parto”, conta Amazonildes, que é filha de parteira.  

A presidente da Mama Ekos afirma que a ONG é muito importante para as mulheres da região. “A gente se acolhe, se dá muito bem, se abraça, a gente cria esperança, a gente quer melhorar o nosso trabalho de vida. Porque não é fácil, não. A esperança, a fé nossa, é que a gente vai continuar, porque foi uma coisa muito boa para nós, despertou a nossa mente. Tornaram a nascer aquelas coisas que foram do passado, o nosso trabalho de parteira”, acrescenta Amazonildes.  

Divisão

O conflito entre as integrantes da ONG se deu porque o terreno da sede da entidade estava em nome da fundadora e então tesoureira, Patrícia Delpino Martins, que estava interessada em se retirar da parceria. As parteiras, no entanto, tinham interesse em seguir com o trabalho e reivindicavam direitos sobre o terreno para custear a manutenção da entidade. 

Tanto a fundadora da ONG, em nome de quem estava registrado o terreno, quanto as parteiras, procuraram atendimento da DPE-AM, que atuou por se tratar de uma questão de divisão patrimonial. “A demanda acabou se tornando mais cível, em relação à propriedade da terra”, explicou o defensor Daniel Bettanin, que atua no Polo de Maués.  

Ao intermediar a conciliação, a Defensoria atuou com dois defensores públicos, um para cada parte, e chegou ao acordo para vender o terreno, com a metade do valor da venda sendo revertido às parteiras, para que elas continuem seu trabalho com a ONG.   

Para Patrícia, a intermediação da Defensoria facilitou o acordo, auxiliando no diálogo para que se chegasse a uma solução de forma pacífica e rápida. “O papel da Defensoria foi bem importante para que pudesse mostrar para ambas as partes a situação de uma forma bem imparcial e bem clara, para que ambas entendessem a situação e como nós poderíamos chegar a um acordo”, avaliou.  

O diálogo para a definição do acordo contou ainda com a atuação do subdefensor geral, Thiago Nobre Rosas, que foi a Maués para ouvir os indígenas e participou de reuniões conciliatórias e da Assembleia Geral Extraordinária da ONG, em que foi realizada a tradição do diálogo com todos compartilhando o çapó, bebida a base de guaraná ralado em uma pedra ou na língua pirarucu, que é consumida pelos sateré-mawé. O çapó é sempre preparado pela mulher do anfitrião. Na assembleia, as parteiras passaram a presidir e conduzir a entidade, e foi feito o acordo sobre a questão patrimonial da ONG. 

Tradição 

“A nossa presença foi importante para garantir a comunicação clara e o diálogo para facilitar a chegada a um acordo entre as partes, que eram todas mulheres, a maioria indígena. E nós pudemos intermediar a pacificação do conflito de forma extrajudicial. Na assembleia, as indígenas fizeram o çapó e nós compartilhamos. Segundo a tradição dos sateré-mawé, o çapó serve para espantar os maus espíritos. Respeitamos a cultura deles nessa mediação. Foi muito positivo a gente estar nessa assembleia”, afirmou Thiago. 

O defensor Daniel Battanin acrescentou que a resolução de conflitos de forma extrajudicial, ou seja, sem a necessidade de uma ação na justiça, é uma das obrigações da defensoria pública. As defensoras e defensores públicos orientam as partes em conflito, procurando a conciliação dos interesses, evitando, assim, que seja necessário recorrer à justiça.

“Além de representar uma solução mais rápida, a conciliação evita que o caso vá ao Judiciário. A conciliação é um método amigável e rápido de solução de conflitos”, disse. 

“A gente entendeu que esse acordo é muito interessante para as parteiras. Muitas das parteiras já são senhoras de idade, e esse tipo de demanda é muito demorado, então se entendeu que o acordo resguardaria melhor os interesses delas”, concluiu Bettanin.  

Para o defensor, na lógica da conciliação os dois saem ganhando, diferentemente da lógica do processo judicial, em que um ganha e o outro perde. “A principal atuação da defensoria pública foi resguardar os direitos da comunidade indígena e ribeirinha, que hoje tem a oportunidade de continuar desempenhando o trabalho de parteiras com muito mais autonomia e independência”, avaliou. 

Tags:Estado do Amazonasmaues
Compartilhe esse Artigo
Facebook Whatsapp Whatsapp LinkedIn Copy Link Print

Mais notícias desta categoria

capaGoverno do AmazonasSaúde

Secretária de Saúde cumpre agenda de visitas a órgãos de controle e instituições parceiras

Por administrador
AmazonascapaGestão EstadualGoverno do AmazonasPolítica

Wilson Lima é eleito por unanimidade presidente do União Brasil Amazonas

Por administrador
AmazonasGoverno do Amazonas

Felipe Souza assume o comando do PRD Amazonas como presidente

Por administrador
AmazonascapaGoverno do Amazonas

Presidente da CCJR comanda reunião para tratar sobre empréstimo de R$ 220 milhões para setor habitacional no AM

Por administrador
AmazonascapaGoverno do Amazonas

Ao lado de Wilson Lima, Lula defende maior participação dos países ricos na preservação da Amazônia

Por administrador
AmazonascapaCidadesEconomiaGoverno do AmazonasManausPolíticaPrefeitura de ManausPrincipal

A força das Micro e Pequenas Empresas no Amazonas

Por Rodrigo Araujo
CidadesEstadosGoverno do Amazonas

Celular Seguro: novo sistema da SSP-AM vai facilitar a localização de aparelhos celulares em caso de roubo ou furto

Por administrador
CidadesEstadosGoverno do Amazonas

Codam aprova R$ 776 milhões em investimento e mais 900 postos de trabalho para o AM

Por administrador
CidadesEstadosGoverno do Amazonas

Idam e Conab reforçam parceria para fomentar o desenvolvimento sustentável no Amazonas

Por administrador
CidadesEstadosGoverno do Amazonas

PC-AM cumpre decisão judicial e apreende adolescente por ato infracional análogo ao crime de terrorismo

Por administrador
CidadesEstadosGoverno do Amazonas

Detran-AM alerta para golpe via e-mail com falso aviso de multa

Por administrador
CidadesEstadosGoverno do Amazonas

Detran Amazonas firma parceria com Moto Honda para ações em prol da segurança no trânsito

Por administrador
  • Política de privacidade
  • Termo de Uso
  • Como podemos ajudar?
  • Pedido de remoção
Welcome Back!

Sign in to your account

Username or Email Address
Password

Lost your password?