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Por Agência Amazonas
O programa já formou mais de 500 pesquisadores
FOTOS: Thiago Freire/FMTA Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) sediou, na manhã desta sexta-feira, 04, a aula Magna do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas (PPGMT/UEA). O evento marcou a abertura dos cursos de Mestrado e Doutorado em Doenças Tropicais e Infecciosas no ano acadêmico de 2022. O Programa funciona em convênio com a FMT-HVD.
A aula foi ministrada pela professora Doutora Tatiana de Lima Pedrosa Santos, arqueóloga da UEA e responsável pelo Laboratório de Arqueologia Alfredo Mendonça. A palestra, tema de estudo da professora, abordou a investigação de mais de 15 mil fragmentos e peças datadas entre 1870 e 1930, de frascos de remédios, seringas e ampolas.
O evento marcou o ingresso de 28 alunos para o mestrado e 10 para o doutorado. São estudantes de cinco países diferentes, além do Brasil: Nicarágua, Cuba, Colômbia, Peru e Moçambique. O Programa é referência internacional e já formou mestres e doutores de vários países. Criado em 2002, até hoje já titulou 515 mestres e doutores. O PPGMT oferece oito linhas de pesquisas atualmente
O diretor-presidente da FMT-HVD, Dr. Marcus Vinitius de Farias Guerra, lembrou da dificuldade da implantação dos programas de mestrado e doutorado. Disse que foi fundamental para essa realização a criação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). “Sempre foi uma grande dificuldade encontrar parceiros para essa realização. A Amazônia é extremamente cobiçada, e muitas entidades de fora viam isso aqui como uma mina e não como um local que pudesse desenvolver a formação de pessoas da própria região. Muitos nos ofereciam a criação do curso, mas com a publicação científica para fora, resistimos até que fosse criado da forma que está hoje”, disse Guerra.
Interdisciplinaridade
A professora doutora Tatiana Santos destacou a importância das convergências das áreas de estudos. “O aluno, as vezes, sai da graduação muito cerceado dentro daquele comodismo que é a nossa disciplina, a nossa ciência, mas ao longo do tempo, aqueles que se envolvem efetivamente com a pesquisa, vai ver que não é você que direciona a pesquisa, mas a pesquisa que direciona você. Ao longo do meu trabalho, uma das coisas que eu aprendi é ser efetivamente produto dessa dinâmica. É importante a pesquisa interdisciplinar”, disse Tatiana.
Além disso, a professora lembrou do objeto de estudo similar. “É importante o envolvimento das ciências humanas em um diálogo com as ciências biológicas, porque esse agente social que é o mesmo objeto da pesquisa humana é o mesmo objeto da pesquisa da ciência biológica. O ser humano não é feito apenas do biológico”, lembrou.
Da África
O biólogo Zeca Manuel Salimo entrou no doutorado em doenças tropicais e espera melhorar seus conhecimentos em biologia molecular e multiplicar o aprendizado para os colegas do país dele. Isso porque Salimo é professor universitário em Moçambique, na África Oriental. “Estou há três semanas aqui (em Manaus), é muito legal ter acesso a laboratórios tão bem estruturados, que eu nunca tive acesso no meu país. Acredito que este programa é muito importante e mais professores de lá deveriam aproveitar essas oportunidades”, disse Salimo.