FOTO: Acervo PessoalNo Dia Internacional e Estadual da Parteira, comemorado nesta quinta-feira (05/05), o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM), reforça o compromisso com o fortalecimento do Programa Estadual de Parto Domiciliar Assistido por Parteiras Tradicionais, visando a diminuição da mortalidade materna e neonatal.
Há 31 minutos
Por Agência Amazonas
Dia Internacional e Estadual da Parteira, nesta quinta-feira (05/05), homenageia e reconhece contribuição dessas profissionais
A parteira Nazaré Souza de Amaral, de 62 anos, nasceu no estado do Pará, mudou-se para o Amazonas com 28 anos e reside até hoje na Vila de Lindoia, no município de Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus). Desde os 12 anos, ela acompanha a mãe, que também era parteira, a trazer crianças ao mundo. Nazaré estima ter realizado mais de 300 partos em seus quase 50 anos de trabalho.
A data homenageia e reconhece o papel das parteiras tradicionais no estado. As ações da SES-AM, realizadas em parceria com o Ministério da Saúde e com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), têm como objetivo melhorar a atenção à gestação, ao parto, ao abortamento, ao puerpério e ao recém-nascido, incluindo a melhoria da assistência ao parto domiciliar realizado pelas parteiras.
A Lei Estadual nº 5.312 autoriza a presença de parteiras durante todo o período de trabalho de parto e pós-parto imediato, sempre que solicitadas pela parturiente, nas maternidades, casas de parto e estabelecimentos hospitalares da rede pública e privada do Amazonas.
Nazaré Souza lendo o caderno de anotações da mãe, Maria Jardelina Nogueira, que reúne os conhecimentos da profissão de parteira – FOTO: Acervo Pessoal“Minha bisavó, minha avó e minha mãe eram parteiras, e quando eu comecei a acompanhar minha mãe não gostava muito. Quando cheguei na Vila de Lindoia, achei que podia ajudar minha comunidade e comecei a trabalhar em uma unidade de saúde. Foi quando comecei minha luta por uma sala de parto na unidade. Quando estou assistindo uma gestante, eu me envolvo tanto que sinto as dores junto com ela. Aí é que entra a técnica de alívio de dor, as orientações de posições e a forma de acolhimento dessa mãe”, relatou a parteira.
“O programa é uma das estratégias para redução da morbimortalidade materna e neonatal e para a qualificação e humanização da assistência, que vem sendo implementado pela SES-AM, por meio da área técnica de Saúde da Mulher. A capacitação dada a essas parteiras integra o Projeto ‘Redes Vivas e Práticas Populares de Saúde’”, explicou.
Avanços
De acordo com a gerente de Atenção à Saúde nos Ciclos de Vida da SES-AM, Sandra Cavalcante Silva, o programa estadual foi criado para promover melhorias na assistência à gestação e ao parto domiciliar.
Em muitas localidades do país, a parteira é conhecida como ‘parteira leiga’, ‘aparadeira’, ‘comadre’, ‘mãe de umbigo’, ‘curiosa’, entre outras denominações. Contudo, o Ministério da Saúde adota a designação de parteira tradicional, pois o termo valoriza os saberes e práticas tradicionais e caracteriza a formação e o conhecimento que ela detém.
Conforme a gerente, desde 2008, a SES-AM realiza levantamentos e ações de capacitação, qualificação e mapeamento das parteiras. No Amazonas, constam aproximadamente 1.400 parteiras distribuídas em 53 municípios do estado.
FOTO: Acervo PessoalSegundo o último relatório Situação Mundial da Obstetrícia, realizado pelo Fundo de População das Nações Unidas, o apoio total aos profissionais da obstetrícia, incluindo as parteiras, poderia evitar 67% da mortalidade materna, 64% dos óbitos neonatais e 65% dos casos de bebês natimortos, salvando uma estimativa de 4,3 milhões de vidas por ano.