O corpo de Heloísa Vitória Fernandes Prado nunca foi encontrado
MANAUS – O Tribunal do Júri de Manaus condenou a 30 anos de prisão Vanderson Mesquita dos Santos, de 24 anos. Ele era réu por jogar a enteada Heloísa Vitória Fernandes Prado, de apenas dois meses, no Igarapé da Fazendinha, zona norte da capital. O crime ocorreu em 15 de dezembro de 2020. O julgamento da ação penal foi concluído na noite de quinta-feira (5).
Vanderson foi denunciado pelo MP-AM (Ministério Público do Amazonas) pelo crime de homicídio qualificado, praticado por motivo fútil, com uso de meio cruel e de recurso que tornou impossível a defesa da vítima, além de feminicídio. Na fase de instrução do processo, o réu disse, durante audiência, não se lembrar do fato. Em plenário, durante o interrogatório na sessão de julgamento, manteve a versão, afirmando não lembrar de ter cometido o crime.
Durante a sessão, duas testemunhas foram ouvidas por videoconferência – entre elas a mãe da vítima, Flávia Alessandra Fernandes Prado – e outras duas em plenário. Nos debates, o promotor de justiça Luiz Alberto Dantas de Vasconcelos pediu aos jurados a condenação de Vanderson. Já a defesa, feita pelo defensor público do Wilsomar de Deus Ferreira, sustentou a tese da negativa de autoria, alegando falta de provas.
Preso desde a época do crime, Vanderson não poderá recorrer da sentença em liberdade uma vez que a condenação foi superior a 15 anos de prisão, em regime inicial fechado. A juíza Ana Paula de Medeiros Braga Bussulo determinou a execução provisória da pena.
O crime
De acordo com a denúncia formulada pelo MP, na madrugada de 15 de dezembro de 2020, por volta de 1h, Vanderson Santos jogou Heloísa Prado no igarapé, nas proximidades da casa dele. Segundo a denúncia, Vanderson se irritou com a companheira Flávia Alessandra, mãe da criança, pois ela chegou tarde em casa junto com a criança e não lhe deu atenção.
Conforme a denúncia, o acusado não aceitava a criança. Isso porque ele e Flávia tinham um relacionamento, que foi desfeito quando ele foi preso. Nesse período, Flávia Alessandra engravidou de outro homem. Ao sair da cadeia, o acusado e Flávia retomaram o relacionamento quando ela estava prestes a dar à luz. Na madrugada do crime, percebendo que a companheira dormia, Vanderson pegou a criança e levou-a ao igarapé.
Apesar dos esforços das equipes do Corpo de Bombeiros, com o apoio da comunidade e da polícia, a criança não foi encontrada.