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Por Agência Amazonas
A oficina tratou dos desafios no uso de geotecnologia em monitoramento ambiental em áreas protegidas
FOTO OFICINA: José Narbaes /Ipaam O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), em conjunto com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e a Fundação Estadual do Índio (FEI), realizou a primeira Oficina de Monitoramento Remoto Etno(Geo)Ambiental do Amazonas. O evento ocorreu no Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP) do Instituto, das 8h30 às 17h, desta segunda-feira (06/06).
Conforme explica o gerente de Geoprocessamento do Ipaam, José Luiz Nascimento, o projeto do Centro de Monitoramento foi concebido com assento para as instituições de pesquisa e órgãos parceiros. Ele esclarece que as informações geradas pelo CMAAP estão disponíveis tanto aos órgãos, quanto a alunos e pesquisadores em geral.
“Temos hoje, disponibilidade de receber pesquisadores, funcionários do Incra que queiram utilizar esse banco de dados para fazer a melhoria da base cartográfica; e alunos que estejam fazendo o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Sei o quanto é difícil conseguir esses dados para gerar o trabalho final de graduação, então é importante que esses insumos, gerados pelo Centro, possam ser revertidos em conhecimento e, da melhor maneira, fazer a proteção dessas áreas”, explica.
Durante o 1º Painel, ainda pela manhã, o assessor técnico da Fundação Estadual do Índio, Herton Filgueiras, comentou que a temática proposta para discussão é muito importante para os povos indígenas, no estado do Amazonas e em todos os territórios onde se discute a questão ambiental.
“Os povos indígenas são povos tradicionais que lidam com essa temática no seu dia a dia, é muito importante que o estado do Amazonas esteja trazendo isso, porque a maior parte das terras indígenas está ao lado das terras do Estado. E algumas comunidades indígenas que ainda não estão demarcadas ou homologadas são terras estaduais e precisam mesmo desse acompanhamento, tanto de dados e principalmente da fiscalização ambiental”, afirma Herton.
A professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e mediadora do painel I, Suzy Pedroza, afirmou que a oficina traz uma questão interessante, por ser inovador tratar das ferramentas geotecnológicas aliadas à questão étnica e à questão dos povos e comunidades indígenas e das comunidades tradicionais.
“Se por um lado, nós temos esse ferramental aí, bastante robusto, do outro, temos as invasões de terras indígenas, o desmatamento crescente nos últimos anos aqui na Amazônia, com madeireiros, grileiros, a agropecuária avançando. Então, a intenção desse evento é muito interessante porque tem esse desafio de como fazer isso de fato funcionar, como que essas ferramentas geotecnológicas podem apontar caminhos ou soluções para que a gente freie essas degradações ambientais”, aponta.
À tarde, no Painel II: Cuia de Saberes Etno(Geo)tecnológicos, o geotecnólogo do Ipaam, Daniel Soares, junto com o assessor técnico Bruno Afonso, falaram sobre o Sistema de Monitoramento Ambiental Remoto na Prática. Enquanto, a professora da Ufam Jonise Nunes explanou sobre o Programa Saberes Indígenas da Faculdade de Educação (Faced) da Ufam.
Para o aluno de graduação de Engenharia Ambiental, Hanry da Costa, o interesse em se inscrever na oficina surgiu a partir da atual demanda dessa área e pelo interesse pessoal nesse tema.
“Meu interesse começou a partir de trabalhos de doutorado e mestrado que eu conheci no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Vi que eles começavam a aplicar essas tecnologias com drone, com identificação de ponto de interesse para estudo a partir de imagem de satélites antigas e recentes, e como essas tecnologias influenciaram no trabalho desses pesquisadores, tanto para pesquisa quanto para fiscalização”, disse.
Os participantes ainda tiveram a oportunidade de conhecer toda a estrutura do CMAAP e como funciona o monitoramento remoto na prática pelas telas de informação disponíveis no Centro.
Ainda tiveram participações de representantes da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti).
Oca do Conhecimento
O Núcleo de Educação Ambiental (NEA) do Ipaam também esteve hoje, (06/06), com um estande de atendimento e orientações educativas com o tema “Queimadas”, no Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs).