O grupo chegou a atear fogo em pneus e usou cartazes e palavras de ordem
Um grupo de 100 moradores – de acordo com a Polícia Militar – do Beco Airão, uma comunidaade na divisa dos bairros Praça 14 e Cachoeirinha, na zona sul de Manaus, interditou parte do Viaduto Jornalista Josué Cláudio de Souza, que interliga as Avenidas Duque de Caxias e Boulevard Álvaro Maia às avenidas Humberto Calderado e Marciano Armond, em protesto na tarde desta segunda-feira (18). O grupo protesta contra constantes alagamentos na região em decorrência das chuvas.
Os moradores reivindicam limpeza e drenagem dos bueiros da localidade, que estão entupidos e acabam causando alagamento nas ruas durante as chuvas. Foi relatado também a abertura de uma cratera, cujo serviço de reparo não foi feito adequadamente e causou um novo buraco. O quadro também compromete a estrutura do viaduto, segundo os moradores.
O grupo chegou a atear fogo em pneus e usou cartazes e palavras de ordem como “Viaduto está caindo” e “Chuviscou, Beco Airão alagou”.
Eles pedem ainda a presença do secretário de Infraestrutura, Renato Júnior, e do prefeito David Almeida (Avante) no local.
A técnica de enfermagem identificada como Carol, que mora no local há 3 anos, disse que a comunidade está sofrendo com a situação há muito tempo. São ao menos 300 residências afetadas.
“Minha sogra tem um bar e minha cunhada tem uma barbearia, e sempre quando chove, alaga. E com a chuva vem a lama e o lixo”, relatou a técnica de enfermagem.
O comerciante Valdir Matos, que reside no local há 38 anos, disse que o abandono do projeto do Prosamim no local é um dos motivos do sofrimento da população residente no Beco Airão. A comunidade estava no primeiro projeto e, durante o governo de Eduardo Braga, as famílias foram cadastradas e algumas retiradas da área, mas as obras nunca chegaram.
Na chuva de sexta-feira, 16, o comércio de Valdir Matos alagou. “Não tive prejuízos materiais, mas tivemos muito trabalho para retirar a lama. A água no leito da rua chegou a quase um metro de altura”, disse.