Foto: Érico Xavier/FapeamA produção de um biocombustível que possibilite avanço social, ambiental, tecnológico e econômico a médio e longo prazo para o estado, considerando a importância de inserir novas fontes renováveis de energia, é o que pretende a pesquisa “Mandioca açucarada, uma alternativa para a produção de bioetanol no estado do Amazonas”, apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).A mandioca açucarada apresenta elevado teor de água em sua composição em relação à mandioca tradicional
De acordo com a pesquisa, ainda em andamento, a produção de bioetanol a partir da biomassa da mandioca açucarada, além de reduzir potencialmente as emissões de CO2 no meio ambiente, contribuirá para fortalecer o crescimento do estado e do pequeno produtor, reduzindo a migração para centros urbanos, gerando empregos duráveis, renda estável para as comunidades locais, além de possibilitar a inserção de uma fonte renovável de energia na matriz energética do estado.
Amparado por meio do Programa de Apoio à Ciência, Tecnologia e Inovação em Áreas Prioritárias para o Estado do Amazonas – CT&I Áreas Prioritárias, Edital Nº 010/2021 o estudo visa extrair de forma integral o caldo e as fibras das raízes de mandioca para a produção de etanol, além de agregar valor à agricultura familiar, a partir da utilização do produto pelas próprias comunidades, e investigar a viabilidade da produção de bioetanol através da hidrólise e fermentação das raízes de mandioca açucarada.
“As raízes de mandioca açucarada já foram caracterizadas em relação aos compostos de interesse, e a matéria-prima está sendo preparada para a produção de etanol através do estudo de pré-tratamento para facilitar o aproveitamento integral da raiz. Estão sendo avaliadas técnicas como o ultrassom e o uso de vapor para facilitar a quebra das fibras e liberação dos açúcares para posterior fermentação e consequentemente produção de etanol; quanto aos tratamentos citados, os resultados são promissores”, comemora a coordenadora.
Conforme a coordenadora do estudo, doutora em Engenharia de Recursos Naturais da Amazônia, Leiliane do Socorro Sodré, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), serão avaliados os rendimentos dos processos de hidrólise em relação à quantidade de açúcares produzidos e da produção de bioetanol.
“O processo de produção de etanol a partir da mandioca açucarada é similar ao da cana-de-açúcar e, mais simples e barato que o etanol produzido com a mandioca convencional, pois dispensa o processo de sacarificação, na qual amido é convertido em glicose. A eliminação desta etapa reduz em torno de 30% o consumo de energia no processo de produção de etanol de mandioca. Essas características associadas à forma de cultivo mais simples tornam essa matéria-prima uma alternativa em potencial para o estado do Amazonas”, acrescentou.
Foto: Érico Xavier/FapeamA mandioca açucarada apresenta elevado teor de água em sua composição, em torno de 83 %, já na mandioca tradicional o valor é aproximadamente 60%, característica que facilita a extração do caldo que será usado como substrato no processo fermentativo. Quanto à disponibilidade de açúcares, foi encontrado um teor significativo de glicose no caldo extraído da mandioca açucarada, o que facilita o processo fermentativo.
O post Pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas avalia espécie diferente de mandioca para a produção de etanol no Amazonas apareceu primeiro em Agência Amazonas de Notícias.
CT&I Áreas Prioritárias
O Programa de Apoio à Ciência, Tecnologia e Inovação em Áreas Prioritárias para o Estado do Amazonas – CT&I Áreas Prioritárias apoia projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, nas diferentes áreas do conhecimento, coordenadas por pesquisadores residentes no estado do Amazonas, vinculados às instituições de pesquisa ou ensino superior ou centros de pesquisa de natureza pública ou privada sem fins lucrativos, que busquem o avanço e o aprofundamento das áreas do conhecimento e o estudo de seus problemas e desafios, contribuindo com o desenvolvimento do ecossistema científico, tecnológico e de inovação no Amazonas.