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Por Agência Amazonas
Por meio da Fapesp-Fapeam, estudo busca reduzir impactos negativos causados pelos fenômenos e beneficiará 1.200 famílias
FOTO: Érico Xavier/FapeamOs eventos de secas e enchentes são comuns na bacia Amazônica, porém, nas últimas décadas têm se percebido mudanças e variações extremas no clima e na hidrologia da bacia. Partindo dessa observação, pesquisadores apoiados pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), estão desenvolvendo um sistema capaz de prever os fenômenos na região do Rio Madeira e, assim, tentar reduzir os impactos negativos na vida de milhares de amazonenses.
A pesquisa está sendo desenvolvida em parceria entre a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). São cerca de 10 pesquisadores da UEA e 15 pesquisadores do Inpe atuando no projeto, que está sendo financiado por meio de recursos da chamada pública N. 001/2020 – Fapesp – Fapeam.
De acordo com levantamentos feitos pelos pesquisadores, esses eventos afetam de forma direta a biodiversidade e ecossistemas, os recursos hídricos, a economia, a agricultura, a navegação fluvial, a geração de energia, e principalmente os povos e comunidades mais vulneráveis da região Amazônica. Segundo o coordenador do projeto, Francis Corrêa, nos últimos vinte anos ocorreram três grandes secas e três grandes enchentes, o que acarretou em prejuízos enormes.
FOTO: Érico Xavier/Fapeam“Por exemplo, a cheia de 2014, produziu inundações e deslizamentos em várias cidades e comunidades na bacia do Rio Madeira, trazendo transtornos e prejuízos para população como famílias desabrigadas, isolamentos das comunidades, prejuízos na economia, na educação, na produção agrícola e na saúde devido às doenças transmitidas por contaminação da água”, explica.
O projeto está sendo desenvolvido com foco na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Madeira, área de suma importância para a conservação da biodiversidade da região, que abrange os municípios de Borba, Manicoré e Novo Aripuanã, e abriga 45 comunidades com cerca de 1.200 famílias.
“A escolha da região da RDS deve-se à grande vulnerabilidade dos povos e comunidades que habitam aquela região aos eventos hidroclimáticos. O monitoramento do clima de longo período mostra o aumento da ocorrência de eventos extremos hidroclimáticos naquela região”, diz Francis.
Etapas – A pesquisa foi dividida em duas etapas. A primeira, observacional, busca fazer o monitoramento hidroclimático na reserva sustentável. Para isso, com apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), está sendo instalada uma plataforma de coleta de dados onde serão monitorados parâmetros como temperatura, umidade, vento, pressão, precipitação e radiação.
Na segunda etapa, será feita a instalação e configuração de modelos climáticos (ETA) e hidrológicos (MGB) no Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre (LABCLIM / UEA). Com a conclusão da pesquisa, a expectativa é entregar uma ferramenta que possa ajudar o trabalho dos órgãos públicos. “Uma vez que o sistema torne-se operacional, poderá auxiliá-los no planejamento de ações para redução e mitigação dos efeitos das secas e enchentes”, conclui o pesquisador.
Chamada FAPESP-FAPEAM – A Fapeam se uniu a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para a realização de uma chamada pública que oportunizasse a pesquisa colaborativa aos pesquisadores vinculados a Instituições de Ensino Superior ou Pesquisa de ambos os estados. estão sendo contempladas propostas que abranjam conhecimentos avançados nas temáticas de meio ambiente, Amazonas e suas fronteiras, e desenvolvimento e economia.