Para celebrar as conquistas e reavivar a importância do cuidado às pessoas em sofrimento psíquico, a Prefeitura de Manaus realiza uma programação especial, nesta quarta-feira, 18/5, Dia Nacional da Luta Antimanicomial. A programação terá rodas de conversa, construção de painel de atividades recreativas, distribuição de folder e exibição de filmes temáticos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), além de piquenique com os usuários do serviço, no parque do Mindu, na zona Sul, a partir das 9h.
O secretário municipal de Saúde, Djalma Coelho, assinala que a data é uma importante oportunidade para alertar a sociedade sobre uma visão mais empática em relação à pessoa em sofrimento mental.
“A luta antimanicomial teve como princípio a substituição gradual dos hospitais psiquiátricos por uma rede ampla de atenção psicossocial. O esforço dos profissionais e trabalhadores da saúde é o de sensibilizar a sociedade para uma postura de inclusão e acolhimento das pessoas, uma vez que o isolamento agrava a condição de quem está em sofrimento mental”, acentua.
A gerente da Rede de Atenção Psicossocial da Semsa, psicóloga Efthimia Haidos, explica que a data, que nasceu do movimento Reforma Psiquiátrica, a partir da união de trabalhadores da saúde, universidades e outras instituições que defendiam um tratamento humanizado às pessoas com transtorno mental, tem a proposta de estimular na sociedade a empatia e o acolhimento.
“Embora a caminhada para o reconhecimento da pessoa em sofrimento psíquico como uma cidadã que precisa ter seus direitos assegurados e respeitados seja longa, aos poucos estamos avançando para que isso aconteça. Aquela ideia de que os transtornos mentais são sinais de fraqueza ainda persiste, mas o cenário está um pouco melhor”, reforçou.
A psicóloga esclareceu que a luta antimanicomial objetiva não apenas a extinção dos manicômios, mas também defende a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
CAPs
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), gerenciados pela Semsa, recebem os usuários que apresentam transtornos mentais graves e persistentes como esquizofrenia, transtorno bipolar e distúrbios psicóticos. Nessas unidades a assistência é prestada por uma equipe multidisciplinar, composta por terapeutas ocupacionais, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, educadores físicos, médicos clínicos, médicos psiquiatras, auxiliares de enfermagem, dentre outros profissionais. De janeiro a março deste ano, foram realizados 12.817 atendimentos nos CAPs de gestão municipal.
Efthimia Haidos esclarece que não há necessidade de encaminhamento para acessar os CAPs, pois a demanda é livre. O tratamento é aberto, não há internação ou qualquer outro procedimento contra a vontade do usuário. Trata-se de um serviço de portas abertas, sendo a permanência definida a partir da contratualidade no momento do acolhimento.
Texto – Tânia Brandão / Semsa
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