A suplementação de cálcio e prescrição de AAS durante o pré-natal como forma de prevenção da pré-eclâmpsia na Atenção Primária à Saúde foi o tema discutido nesta quarta-feira, 16/11, na webconferência Diálogos na APS. Evento promovido pela Prefeitura de Manaus para a atualização dos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a conferência é realizada ao longo do ano para os servidores da secretaria, mas também contempla a participação da população por meio do canal da Semsa no YouTube.
Para abordar o tema, a Divisão de Atenção à Saúde da Mulher representada pela enfermeira Gerda Costa, convidou a ginecologista obstetra Taisa Mentges, que atua na Unidade de Saúde da Família (USF) Frei Valério, zona Norte da capital, e a nutricionista Lia Ferreira, chefe do Núcleo de Nutrição e Alimentação da Semsa.
Segundo Taisa Mentges, 10% a 15% das mortes maternas estão relacionadas a pré-eclâmpsia e eclâmpsia e 99% dessas mortes acontecem em países de baixa e média renda. A médica também acentuou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que os distúrbios hipertensivos da gestação constituem causa de morbidade grave, incapacidade e mortalidade materna e perinatal.
“Devido a esse quadro, o Ministério da Saúde, por meio do Manual de Gestação de Alto Risco 2022, recomenda a prescrição de 100 miligramas de AAS por dia, e de uma grama de carbonato de cálcio diariamente, a partir da décima segunda semana de gestação pelas mulheres que apresentam risco para pré-eclâmpsia. Essa prescrição deve ser feita exclusivamente por um profissional médico”, explicou a ginecologista obstetra.
De acordo com Lia Ferreira, a suplementação de cálcio pode ser obtida por meio de alimentos que se consumidos de forma adequada, contribuem bastante para reduzir o risco de pré-eclâmpsia.
“A adoção de estratégias nutricionais é fundamental para potencializar a absorção dos nutrientes como consumir produtos lácteos e verduras de cor verde escura. Deixar o feijão de molho, por exemplo, ajuda a reduzir os fitatos, que dificultam a incorporação dos nutrientes dos grãos. São ações simples, que se seguidas, reduzem significativamente o risco”, pontuou a nutricionista.
Ao finalizar, a médica Taisa Mentges reforçou a importância do envolvimento de todos os profissionais de saúde para reduzir a morbimortalidade causada pela pré-eclâmpsia.
“É importante que, ao fazer a anamnese dessa gestante, todos observem se os fatores de risco como obesidade, histórico familiar, hipertensão crônica e outros estão presentes para iniciar logo o protocolo de atendimento. Quanto mais cedo essa gestante adere à suplementação, menores os riscos de complicações para ela e para o bebê”, concluiu Taisa.
Texto – Tânia Brandão / Semsa
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