O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) é um importante agente da Prefeitura de Manaus na promoção das políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Com o objetivo de fortalecer as ações voltadas à saúde dos trabalhadores da capital, uma webconferência foi promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), nesta quarta-feira, 13/7, para tirar dúvidas dos profissionais da atenção básica sobre o papel do órgão e explicar como o trabalho é desenvolvido.
A atividade integra a programação do Diálogos na APS (Atenção Primária à Saúde), estratégia da Semsa para levar capacitação constante aos servidores da ponta. As transmissões são realizadas no canal do YouTube da secretaria, às quartas-feiras, a partir das 14h, e são abertas ao público em geral.
“A importância de colocar o Cerest em evidência é que todos entendam que ele é uma política pública voltada para a saúde do trabalhador, e as nossas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) precisam se apropriar desse trabalho, que resulta em uma proposta de intervenção. Explicamos como funciona o rastreio dos agravos, que são as doenças relacionadas ao trabalho, para que a gente possa ter o monitoramento eficaz”, informou o chefe do Cerest da Semsa, Jean Maximynno.
Conforme Jean, o Cerest também é responsável por atender as demandas direcionadas ao Município pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A equipe do centro é composta por médicos, enfermeiros, técnicos em saúde e sociólogos.
A enfermeira Rejane Cortez, técnica do Cerest, disse que o intuito da webconferência é levar aos profissionais a importância do Centro dentro das políticas do SUS.
“Nós estamos capacitando os trabalhadores da saúde para que ele veja o usuário que chega à unidade com um olhar mais técnico, de que essa pessoa que chega para ser atendida é um trabalhador, e pode estar doente. Nosso trabalho avança quando há a notificação de que essa doença pode ter relação com o trabalho”, explicou.
A médica do trabalho Luiza Ane Sicsu, uma das palestrantes do Diálogos na APS desta quarta, disse que há doenças ou agravos de notificação compulsória, que o profissional da ponta tem a obrigação de registrar no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
“Nós temos nove agravos que são relacionados ao trabalho e que devem ser notificados. Nós vamos trabalhar com os profissionais de saúde o preenchimento adequado da ficha de notificação, inclusive do campo Ocupação, pois precisamos saber quais atividades estão causando mais problemas de saúde”, contou.
A notificação compulsória se dá nos seguintes casos: acidente com exposição a material biológico relacionado ao trabalho; acidente de trabalho com mutilações; acidente de trabalho em crianças e adolescentes; acidente de trabalho fatal; câncer relacionado ao trabalho; dermatoses ocupacionais; Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (Dort) ou Lesões por Esforços Repetitivos (LER); pneumoconioses relacionadas ao trabalho; Perda Auditiva Induzida Por Ruído (Pair); transtornos mentais relacionados ao trabalho; e intoxicação exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados).
Texto e fotos – Divulgação / Semsa
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