A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoveu nesta quarta-feira, 17/8, no Complexo de Saúde Oeste, localizado no bairro da Paz, reunião para atualização do protocolo de Atendimento Antirrábico Humano e alinhamento do fluxo de atendimento de casos suspeitos de esporotricose. A programação foi direcionada aos profissionais que atuam na Unidade de Saúde Fluvial (USF) Antônio Levino, que atende moradores de 22 comunidades ribeirinhas na calha do rio Amazonas.
Segundo a gerente de Vigilância Epidemiológica da Semsa, Cláudia Rolim, a reunião foi mais uma etapa do processo de orientação dos profissionais de saúde sobre o novo protocolo de atendimento antirrábico, emitido por nota técnica do Ministério da Saúde no mês de março, assim como um reforço nas orientações aos profissionais de saúde sobre o atendimento no caso de suspeita de esporotricose.
“As reuniões sobre o novo protocolo já foram realizadas com profissionais que atuam nas 18 Unidades que são referências para o atendimento antirrábico humano na rede municipal de saúde, inclusive com atualização das informações em todos os materiais didáticos para os profissionais de saúde. Para a zona rural fluvial, como há maior dificuldade de acesso das populações ribeirinhas, a atualização é uma forma de garantir que os profissionais estejam totalmente aptos para intervir, orientar e, caso seja necessário, encaminhar o paciente para procurar atendimento nas unidades de referência”, informou Cláudia Rolim.
A raiva é uma zoonose, causada por um vírus que ataca o sistema nervoso central, transmitida por mamíferos. Pode ser transmitida dos animais para o ser humano, por meio de mordedura, arranhadura ou lambedura, quando ocorre o contato com a saliva de um animal infectado. Animais domésticos, como cães e gatos, e silvestres, em especial morcegos e macacos, são os principais transmissores.
Para o controle da doença, a Semsa mantém o Programa de Profilaxia e Controle da Raiva Humana na rotina de serviço da rede municipal, com ações de profilaxia pré-exposição, pós-exposição no atendimento pessoas que sofreram algum tipo de acidente com animais domésticos ou silvestres, e de reexposição.
A principal mudança no novo protocolo é a alteração no número de doses de esquema de vacina no caso da profilaxia de pré-exposição, direcionada para pessoas que atuam em profissões com maior risco de contato com animais potencialmente transmissores da doença e de exposição ao vírus causador da raiva.
Esporotricose
A reunião também abordou o fluxo de atendimento de casos de esporotricose humana, reforçando as informações sobre a doença para os profissionais da UBSF Antônio Levino.
Cláudia Rolim informa que o município de Manaus notificou, entre 2021 e julho de 2022, 223 casos de esporotricose humana, identificados nas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste. Desse total, 139 casos foram confirmados somente este ano.
“A Semsa vem reforçando o alerta sobre a doença nas Unidades de Saúde, em um trabalho de alinhamento das ações e fluxo de atendimento de casos suspeitos, inclusive envolvendo ações de Educação em Saúde”, garante Cláudia Rolim.
A zona rural fluvial de Manaus ainda não registra casos suspeitos ou confirmados da doença. Mas, no mês de agosto, houve a notificação de um caso suspeito de esporotricose humana na área rural terrestre, que ainda está sendo investigado.
“Quando foram registradas as primeiras notificações, a zona Oeste chegou a concentrar quase 90% dos casos em Manaus, mas hoje concentra 75%. Esse dado mostra que a doença está sendo disseminada para as outras zonas da cidade. Por isso, é importante intensificar a atenção para os casos suspeitos nas Unidades de Saúde, assim como o trabalho de Educação em Saúde para a população”, explica Cláudia Rolim.
Participando da reunião, o diretor da UBSF Antônio Levino, Deronilson Silva da Cunha, lembrou da importância do alinhamento das ações sobre a esporotricose na rede de atendimento, já que os profissionais de saúde atuam como multiplicadores das informações nas comunidades ribeirinhas.
“A informação repassada para os moradores é uma forma de prevenção da esporotricose e outras doenças, e os profissionais já fazem um trabalho de Educação em Saúde em escolas, igrejas e na própria Unidade de Saúde no momento do atendimento, em rodas de conversa com os pacientes”, afirmou Deronilson.
A esporotricose é uma zoonose que pode afetar pessoas e animais, especialmente gatos, causada por fungo do gênero Sporothrix. Em animais, os sintomas mais comuns são feridas profundas na pele (úlceras), que não cicatrizam e se espalham rapidamente.
O fungo da esporotricose pode ser transmitido aos animais e às pessoas pelo contato com materiais contaminados, como casca de árvores, palha, farpas, espinhos ou terra. Em contato direto, o animal contaminado transmite a doença por meio de arranhões, mordidas ou contato com a pele lesionada.
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
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Em anexo.
Fotos – Divulgação / Semsa
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