A Prefeitura de Manaus está mobilizando esforços para resgatar pacientes com hipertensão e diabetes que estão com atraso no acompanhamento feito na Atenção Primária à Saúde (APS). A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) informa que os usuários devem comparecer às unidades básicas a cada seis meses, pelo menos, para manter o controle das doenças, por meio de exames e consultas e evitar complicações.
Atualmente, 35,12% dos usuários identificados com hipertensão em Manaus, equivalente a 237.966 pessoas, estão com acompanhamento em dia, e 30,25% dos pacientes identificados com diabetes, que corresponde a 115.836 usuários, estão com a situação regular. Os dados são monitorados pela Semsa, por meio da Diretoria de Inteligência de Dados.
A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, explica que o atendimento desses públicos faz parte da rotina das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e quase três mil usuários já foram alcançados, por meio da Gerência de Telessaúde, que realiza ligações para orientá-los a buscar a realização dos serviços.
“O telemonitoramento foi adotado para a busca ativa desse público em abril deste ano, e tem se mostrado uma forte estratégia para sensibilizar os pacientes sobre o cuidado adequado com a sua saúde. Neste mês de agosto, também intensificamos a oferta dos serviços nos ‘Sabadões da Saúde’, proporcionando um horário alternativo àqueles que não têm tempo durante a semana”, detalha Shádia.
A titular da Semsa enfatiza que a meta estipulada pelo Ministério da Saúde (MS) é o alcance de 50% de cada um dos grupos. Os indicadores estão entre as sete ações programáticas de saúde avaliadas pelo programa Previne Brasil, do MS, a cada quadrimestre, como parâmetro para o financiamento destinado à saúde básica dos municípios.
“Manaus está em primeiro lugar no ranking entre as capitais desde o último quadrimestre de 2021, e isso significa que a nossa população tem acesso à melhor saúde básica do país. A saúde é uma das prioridades da gestão do prefeito David Almeida e estamos trabalhando para aprimorar os serviços e ampliar cada vez mais o acesso dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)”, ressalta Shádia.
Assistência
A gerente de Condições Crônicas da Semsa, Lilian Paula Lima, alerta que a avaliação periódica é importante para que os pacientes mantenham o seu valor de pressão arterial e glicemia estável, por meio da atualização de exames e consultas médicas e de enfermagem.
“Durante o acompanhamento, os profissionais de saúde vão checar se a medicação está fazendo efeito de forma adequada, se os exames estão estáveis ou tiveram alterações. Precisamos realizar esse controle para evitar futuras complicações, e intervir em tempo hábil no caso de piora no quadro de saúde”, conta Lilian.
Lilian Paula orienta ainda que os usuários busquem qualquer UBS portando documento de identidade com foto, CPF e cartão do SUS. Também é aconselhável que eles apresentem as receitas e exames anteriores, e mantenham endereço e telefone de contato atualizados junto à UBS.
Nas três primeiras edições do “Sabadão da Saúde” deste mês de agosto, a Semsa realizou 9,1 mil consultas direcionadas às pessoas com diagnóstico de hipertensão e diabetes; 20,5 mil aferições de pressão arterial; e 4,5 mil exames de hemoglobina glicada (glicemia). A estratégia busca intensificar os serviços de promoção à saúde, e também inclui oferta de vacinação, consultas de pré-natal e coleta de exames preventivo.
Telemonitoramento
A gerente de Telessaúde da Semsa, Jackeline Alves Galdino, explica que o painel de monitoramento Tele HiperDia (hipertensão e diabetes) foi implantado no dia 7 de abril deste ano. A partir de dados do e-SUS, o painel reúne informações sobre os usuários que estão de quatro a seis meses sem realizar o acompanhamento, e é atualizado todas as sextas-feiras.
Até o dia 11 de agosto, os médicos e enfermeiros do Telessaúde realizaram 7.889 ligações, alcançando 2.776 usuários, sendo 70% de hipertensos.
“Por se tratar de doenças crônicas, que exigem um acompanhamento mais de perto, os nossos teleconsultores realizaram o primeiro contato e programaram a próxima ligação, ao mesmo usuário, para depois de 15 dias ou até depois de uma semana, dependendo da situação de saúde dele. Nosso principal objetivo é que ele vá até uma UBS e atualize os exames e consultas”, diz Jackeline.
Jackeline Galdino, que também é médica, descreve que as maiores comorbidades associadas à hipertensão e diabetes são sedentarismo, obesidade, dislipidemia e cardiopatia. Os principais sintomas relatados pelos pacientes são parestesia em mãos e pés, astenia e fadiga extrema, e visão turva.
“São sintomas que não são agudos, ou seja, aparecem ao longo do tempo, e por isso a importância do controle. Estamos buscando sensibilizar os usuários de que as duas doenças são silenciosas, e as complicações aparecem com o passar do tempo. O ideal é a avaliação a cada seis meses, mas o médico pode estipular um prazo menor, dependendo da situação do paciente”, afirma a gerente de Telessaúde.
Hipertensão e diabetes
A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. É também o principal fator de risco para as complicações mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal.
O Ministério da Saúde usa o “Semáforo da Pressão Arterial” para facilitar o entendimento da população: luz verde é a PA leve/normal (120/80mmHg); luz amarela é a PA de atenção/pré-hipertensão (entre 121-139/81-89mmHg); e a luz vermelha é a PA de alerta/hipertensão (maior ou igual PA 140/90mmHg).
Já o Diabete Mellitus (DM) é uma doença endócrino-metabólica de etiologia heterogênea, que envolve fatores genéticos, biológicos e ambientais, caracterizada por hiperglicemia crônica resultante de diminuição ou ausência na ação da insulina. Pode evoluir com complicações agudas: hipoglicemia, hiperglicêmica e crônica: retinopatia, nefropatia, neuropatia, doença arterial coronariana, doença arterial periférica e doença cerebrovascular.
O nível glicêmico das pessoas com diabetes é a chave para o diagnóstico, controle e acompanhamento, além de se tratar de um importante parâmetro preditor de complicações. A hemoglobina glicada oferece importantes vantagens, pois reflete os níveis glicêmicos de meses passados, sofrendo menor variabilidade decorrente do dia.
Texto – Victor Cruz / Semsa
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Fotos – Divulgação / Semsa
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