A Prefeitura de Manaus promoveu uma webconferência, na tarde desta quarta-feira, 6/7, para aprofundar o conhecimento dos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) sobre a monkeypox, doença conhecida como varíola dos macacos. O intuito da atividade foi reforçar o fluxo de atendimento nas unidades e o protocolo adotado em casos suspeitos da doença, conforme a Nota Técnica nº 17, elaborada em conjunto pela Semsa, Secretaria de Estado de Saúde (SES) e Fundação de Vigilância em Saúde – Doutora Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
A transmissão faz parte do Diálogos na APS (Atenção Primária à Saúde), realizado a cada 15 dias como estratégia para promover capacitação constante aos servidores da secretaria. Desta vez, ela foi conduzida pelo secretário municipal de Saúde, Djalma Coelho; pela diretora do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae) da Semsa, enfermeira Marinélia Ferreira; e pela gerente do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) do Devae, enfermeira Graziela Neves.
O secretário Djalma Coelho informou que Manaus já registrou um caso suspeito da doença até o momento, mas como há casos confirmados em outras localidades do país, é preciso fortalecer a rede de assistência com mais orientações.
“A monkeypox é uma doença transmitida por meio do contato direto com pessoas infectadas, ou seja, pode se disseminar de forma rápida. Por isso, estamos conversando com a rede municipal de saúde para esclarecer dúvidas sobre a evolução da doença, o período de incubação, quadro clínico, monitoramento dos contatos, entre outras”, disse.
Djalma explicou que no primeiro contato com o paciente, os profissionais de saúde devem orientar o isolamento imediato, mesmo que o diagnóstico ainda não tenha sido confirmado. Outra medida importante nas unidades de saúde é realizar o diagnóstico diferencial.
“Esse procedimento vai permitir que o profissional de saúde descarte suspeita de monkeypox a partir da identificação, através de testes rápidos e outros exames, de doenças que apresentam características semelhantes e que podem ser confundidas. O diagnóstico diferencial da monkeypox inclui a varicela, herpes zoster, sarampo, escabiose, sífilis e acne medicamentosa“, afirmou.
A gerente do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da Semsa, enfermeira Graziela Neves, disse que a doença pode ser considerada benigna, pois não há notificações no Brasil de pacientes que evoluam para quadros de internação ou óbito. O tratamento, em caso de confirmação, é direcionado para o alívio dos sintomas, como dor, coceira e febre.
“Estamos aqui para atender os profissionais da ponta, trazer as últimas atualizações da vigilância sobre a doença, tirar dúvidas e explicar a questão do fluxo de atendimento, coleta do material biológico e análise laboratorial. Essa troca de conhecimentos é fundamental para que os usuários do Sistema Único de Saúde sejam recebidos de forma adequada nas unidades e recebam o tratamento eficaz”, contou.
A enfermeira também pontuou que as pessoas podem buscar qualquer unidade básica de saúde, se apresentarem os sintomas da doença. Se o profissional identificar que ela possui característica da monkeypox, e ter o histórico epidemiológico compatível, o caso é notificado para que as equipes de vigilância coletem amostras de sangue, urina e das lesões.
“A análise das amostras é feita pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, e por isso pode demorar alguns dias para a chegada do diagnóstico. Mesmo assim, durante esse período, a orientação é que o paciente mantenha o isolamento, até mesmo dentro de casa”, disse.
Critérios
De acordo com Graziela, os pacientes podem ser considerados como casos suspeitos se, a partir de 15 de março de 2022, apresentarem início súbito de lesões na pele sugestivas de monkeypox, única ou múltipla, em qualquer parte do corpo (incluindo região genital), associada ou não a adenomegalia (aumento de linfonodos no pescoço) ou relato de febre.
Também é observado se o paciente possui histórico de contato íntimo com desconhecido ou parceiros casuais nos últimos 21 dias que antecederam o início dos sinais e sintomas; ou tem vínculo epidemiológico com casos suspeitos, prováveis ou confirmados de monkeypox, desde 15 de março de 2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas; ou tem histórico de viagem a país endêmico ou com casos confirmados de monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas; ou tem vínculo epidemiológico com pessoas com histórico de viagem a país endêmico ou país com casos confirmados de monkeypox, desde 15 de março de 2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas.
Proteção
A diretora do Devae/Semsa, enfermeira Marinélia Ferreira, ressaltou que a monkeypox é uma doença transmissível por via respiratória e de contato íntimo.
“A gente orienta que as pessoas tenham cuidado no momento em que vão entrar em contato com alguém de uma forma mais próxima, seja um relacionamento íntimo ou até ir na casa de um conhecido. As pessoas podem se contaminar ao dormir na cama de alguém, usar a mesma toalha ou vestir a mesma roupa, por exemplo”, disse.
Por outro lado, a transmissão respiratória pode ser unicamente impedida por meio do uso de máscaras. Segundo Marinélia, a máscara deve ser utilizada perto de pessoas que viajaram para fora do país recentemente ou que podem ter tido contato com pessoas que viajaram a outros países.
Texto – Victor Cruz / Semsa
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Foto – Divulgação / Semsa