Conab projeta colheita de 619,3 mil toneladas, enquanto a demanda é de 520 mil toneladas por ano
O consumo de feijão-preto é de 520 mil toneladas por ano, em média, no Brasil. A Safra 2021/2022 deve ser de 619,3 mil toneladas, maior que a demanda, segundo estimativa da Conab (Companhia Brasileira de Abastecimento). A análise está publicada no Boletim AgroConab, divulgado na última sexta-feira (27).
A maior parte do feijão-preto no país é cultivada nas duas primeiras safras da leguminosa, sendo que 70% da produção se concentra no Paraná. “Com os preços de mercado mais atrativos para os produtores no começo do ano, quando comparado com a variedade cores, houve uma inversão de comportamento entre os produtores paranaenses neste ano. No Paraná, o cultivo é majoritariamente de carioca na segunda safra. No entanto, na atual safra a escolha pelo feijão-preto foi preponderante nas duas primeiras safras do estado”, disse o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio DeZen.
Apesar do início da entrada da segunda safra do produto, os preços seguem em patamares elevados no período para o feijão-carioca. Fator que é explicado pela indefinição da safra paranaense, devido às condições climáticas. “Ainda podemos ter novas surpresas, caso haja um volume intenso de chuvas durante a colheita da leguminosa”, lembra o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Companhia, Allan Silveira.
Já para o feijão-preto, o aumento na produção também impacta na demanda. Com maior oferta no mercado, as cotações após a alta observada em janeiro, estão em queda. Esse é um dos fatores de escolha para o consumidor, o que limita a valorização do carioca, variedade mais consumida pelos brasileiros.
“Vale também destacar que o feijão-preto possibilita um período de estocagem maior, quando comparado com o carioca, o que permite o produtor ter mais tempo para a comercialização do produto”, reforça o analista de mercado da Conab João Ruas.
Segundo as estimativas da Conab, a produção total de feijão (incluindo as variedades cores, preto e caupi) deverá atingir 3,1 milhões de toneladas, enquanto que o consumo interno é estimado em 2,85 milhões de toneladas.