As áreas portuárias e do centro antigo tombado pela Unesco em Nápoles, na Itália, concentraram os trabalhos do intercâmbio internacional do qual a Prefeitura de Manaus, representada pelo Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), participa, dentro da Agenda Urbana Sustentável para Centros Históricos, do Programa Internacional de Cooperação Urbana (Iurc).
Nesta quinta-feira, 23/6, as visitas iniciaram na gigante área portuária da cidade italiana, com o presidente e secretário-geral da Autoridade Portuária de Nápoles, Andrea Annunziata, e o arquiteto Giuseppe Grimaldi.
Annunziata fez uma breve apresentação da administração que integra a gestão de três portos na região, em uma área extensa e grandiosa. Quanto à relação do porto com a população, do acesso ao público, uma das zonas portuárias está passando por intervenção, desde 2003, com um projeto urbanístico e de mobilidade que vai integrar-se ao metrô.
“Em função de todo um achado histórico e de patrimônio, na escavação do túnel, foram localizados materiais datados da construção romana, pertencentes a um castelo que existe nas proximidades. Esse projeto está em execução, integrando o patrimônio, o histórico e a intervenção atual”, explicou o vice-presidente do Implurb, arquiteto e urbanista Claudemir Andrade.
Para Andrade, o material riquíssimo encontrado ajuda a refletir sobre a importância social e do patrimônio para a cidade. “Não adianta ter um patrimônio que ninguém tenha acesso. É preferível fazer algumas intervenções para que a sociedade conheça também a história das cidades”, comentou.
Fazendo ligação com Manaus, o porto da capital amazonense tem uma vocação mais regional, de atendimento aos ribeirinhos, viajantes e navios, fazendo interligações locais, nacionais e internacionais. A parte portuária de grande carga e descarga de contêineres hoje funciona nos portos privados.
Na segunda visita do dia, ao território do sítio histórico tombado pela Unesco, a equipe do Implurb e do Iurc foi acompanhada do gerente de projeto para Valorização da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, Luca d’Angelo e representantes do município italiano, incluindo uma parada obrigatória no antigo teatro Neapolis, datado do período do império romano.
“Na parte mais histórica do perímetro protegido pela Unesco conhecemos uma parte da cidade subterrânea, com outras ruas e túneis cruzando-se, datados de 5 mil anos atrás. O coordenador de projetos da Unesco nos apresentou projetos de restauro que estão acontecendo há anos e não tem previsão de conclusão”, disse Claudemir Andrade.
A agenda no Centro Histórico Italiano incluiu ainda visita a uma experiência urbana e social desenvolvida na região, chamada de bens comuns, onde a própria comunidade assume um imóvel pertencente à prefeitura. E ali são desenvolvidos trabalhos sociais, de arte e cultura.
“A comunidade toma conta do bem comum, preserva e coloca o espaço em uso, em prática e para o bem de todos. É uma experiência que podemos replicar no centro de Manaus”, comentou o arquiteto.
Agenda
A agenda é mais uma etapa do programa do Iurc, agora com intercâmbio presencial e troca de experiências e vivências com a cidade-membro italiana. A capital amazonense assinou termo de cooperação com o Iurc e os trabalhos são realizados desde o ano passado. Os técnicos do Implurb que são os responsáveis pela cooperação viajaram com despesas pagas pelo Iurc.
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Foto – Divulgação / Implurb
Texto – Claudia do Valle / Implurb
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