Ricardo explica que atua há cerca de 14 anos na rede municipal de saúde, e, desde então, já criou centenas de peças artesanais a pedido das áreas técnicas dos Distritos de Saúde (Disas). No Complexo de Saúde Oeste, ele preserva um acervo com aproximadamente 300 itens.As ações de educação em saúde promovidas pela Prefeitura de Manaus contam com o apoio de recursos lúdicos para chamar a atenção da sociedade sobre diversos agravos, como dengue, tabagismo e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Grande parte desses itens é criada de forma artesanal dentro do Complexo de Saúde Oeste, da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), pelo agente de controle de endemias Ricardo Souza, que utiliza materiais recicláveis e muita criatividade.
Os produtos criativos ocupam quase uma sala inteira e representam vários assuntos. É possível encontrar alguns mosquitos Aedes aegypti, feitos de arame, plástico e isopor, desde a larva até uma versão “gigante” do vetor. Algumas caveiras servem para destacar os perigos do cigarro, e ainda há retratos da pandemia, com o “planeta Terra” usando máscara e as ilustrações do novo coronavírus.
“Quando os gestores perceberam que eu desenvolvia esse trabalho, eles pediram para eu seguir fazendo isso, para auxiliar os distritos na promoção da saúde. As áreas técnicas solicitam uma peça, dizem qual é o tema e como pretendem usar o material, e eu desenvolvo a partir daí, com as ideias que vão surgindo na minha cabeça, e com o material reciclável que eu recebo”, relatou.
“Esse trabalho ajuda bastante na hora de orientar a população, porque os profissionais vão poder mostrar uma representação daquilo que estão falando. As pessoas entendem melhor quando elas podem ver, podem tocar, principalmente as crianças, que também acabam se divertindo na hora de aprender sobre a saúde”, ressaltou.
A coleção disponibilizada para as ações de educação em saúde também conta com artesanatos que apresentam o ciclo de vida humana, câncer de próstata, saúde bucal, tuberculose, malária, violência doméstica, hanseníase e muitos ouros. Ricardo já criou até maquetes mais complexas, mostrando, por exemplo, as vivências das equipes de saúde da zona rural da capital, em meio aos ramais, igarapés e outras particularidades dessa localidade.
Reutilização
Para o Carnaval, por conta da intensificação das ações de prevenção e controle das ISTs, o agente de endemias está produzindo um preservativo “gigante”, com direito a embalagem “gigante”, com intuito de reforçar a importância do sexo com proteção. Máscaras e arranjos carnavalescos também são feitos para que os agentes de saúde entrem no clima dos foliões e levem as informações de saúde de forma descontraída.
“O servidor Ricardo tem um dom e nós aproveitamos para inseri-lo nas atividades de promoção à saúde no contexto da vigilância, levando materiais lúdicos e didáticos para que a população entenda com mais facilidade a informação que buscamos transmitir. Esses materiais belíssimos quase viraram lixo, ou seja, também estamos fazendo uma conscientização ambiental por meio dessas obras”, observa Marinélia.
A diretora de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e da Saúde do Trabalhador da Semsa, Marinélia Ferreira, destaca que o trabalho de criação dessas peças, além de auxiliar nas ações de educação em saúde, ainda contribui com a redução de resíduos descartados, pois são reutilizados plásticos, garrafas PET, tampas, arames, entre outros materiais.
Texto – Victor Cruz / Semsa
— — —
Fotos – Henrique Souza / Semsa