A programação teórica do curso aconteceu no auditório da escola municipal Rosa Swerner, no bairro Jorge Teixeira, zona Leste, reunindo Agentes de Controle de Endemias (ACEs) que atuam na aplicação de biolarvicida nas zonas Leste, Oeste e Rural, além de supervisores de equipes e chefes de Endemias dos Distritos de Saúde (Disas).A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciou nesta segunda-feira, 19/6, uma capacitação para o fortalecimento das equipes que realizam a aplicação de biolarvicida em criadouros que servem como berçário para mosquitos do gênero Anopheles, vetor de transmissão da malária.
“Já estamos no período sazonal para a malária, que segue até final de outubro, mas o aumento de casos se inicia principalmente em julho. Com isso, a Semsa está reforçando as equipes de agentes de endemias para fortalecer o processo de trabalho, fazendo um trabalho de prevenção para reduzir os riscos”, informou Comape.
Segundo o chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores da Semsa, Alciles Comape, a aplicação do biolarvicida é uma estratégia de controle do vetor de transmissão da malária, que vem sendo executada pela Semsa nos últimos cinco anos, e a capacitação foi planejada com o objetivo de preparar as equipes para a intensificação das ações no período sazonal, quando há o maior aumento de casos da doença em Manaus.
“Cerca de 50% dos casos de malária estão concentrados na zona Leste e o restante nas zonas Rural e Oeste de Manaus. A Semsa também está ampliando o número de equipes, criando mais dois grupos de trabalho, e a capacitação vai permitir preparar melhor as novas equipes para que executem o trabalho de forma mais correta para o controle da população do mosquito”, explicou Alciles.
O trabalho dos ACEs para aplicação do biolarvicida é feito em criadouros naturais (nas margens de rios e igarapés) e artificiais (tanques de piscicultura), que são monitorados permanentemente. Atualmente, o trabalho é realizado por seis equipes distribuídas nas zonas Rural, Leste e Oeste.
Além de aplicação do biolarvicida, a capacitação também vai abordar a técnica de coleta de larvas do mosquito, que são encaminhadas ao laboratório de entomologia para identificação da espécie. “A aplicação do biolarvicida só é feita quando é identificada a espécie Anopheles Darlingi, principal responsável pela transmissão da malária”, informou Alciles Comape.
Este ano, de janeiro a 19 de junho, Manaus registrou 977 casos de malária, em um aumento de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve a notificação de 893 casos.
“A aplicação do biolarvicida é apontada como uma das ferramentas mais eficiente para o controle da malária. E é importante qualificar o preenchimento das informações do boletim para que se possa consolidar os dados e avaliar, de forma técnica, a efetividade no controle da doença em Manaus. A capacitação dos profissionais é uma forma de fortalecer esse processo”, afirmou João Altecir.
O chefe do setor de Controle Vetorial e Entomologia da Semsa, João Altecir Silva, foi um dos instrutores da capacitação, que abordou a importância do preenchimento dos boletins de trabalho com informações da área geográfica, a característica de cada criadouro, quantidade utilizada de biolarvicida, o tempo para aplicação do produto e a densidade vetorial para identificar o nível de infestação do mosquito.
A capacitação dos ACEs será encerrada nesta terça-feira, 20/06, com atividade prática em áreas da zona Leste de Manaus.
Para Hildo José Menezes, ACE que atua em equipe de agentes de endemias na zona Leste, as ações de campo serão beneficiadas com o reforço no treinamento das equipes. “A busca ativa de casos de malária e a aplicação do biolarvicida fazem parte da rotina diária de trabalho na área urbana, pré-rural e rural na zona Leste, com o monitoramento dos criadouros. Com o treinamento, a equipe vai ficar mais capacitada para realizar o trabalho e intensificar o combate à malária”, ressaltou.
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
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Foto – Divulgação / Semsa