“A partir do ingresso dos agentes indígenas, em meio à pandemia de Covid-19, foi possível ampliar o acesso desse público aos serviços de saúde básica e promoção da saúde. O trabalho tem sido importante no aprimoramento dos fluxos entre equipes multiprofissionais de saúde e os usuários indígenas da região”, destaca a diretora do Distrito de Saúde (Disa) Norte, Paola Oliveira.A Prefeitura de Manaus vem fortalecendo a assistência prestada à população indígena por meio da atuação de Agentes Indígenas de Saúde (AIS), vinculados à Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Uma iniciativa pioneira desenvolvida pelos agentes possibilitou o mapeamento de 22 comunidades indígenas na zona Norte e o cadastramento dos moradores nos sistemas oficiais de saúde.
“A visibilidade das comunidades indígenas no Disa Norte foi um resultado primordial, porque surgiu a partir do trabalho dos Agentes Indígenas de Saúde. Foram identificadas 22 comunidades indígenas de diversas etnias, sendo 34 etnias brasileiras, incluindo uma Macuxí, na fronteira com o estado de Roraima, e uma venezuelana (Warao)”, informa Aline.
A chefe do Núcleo de Ações Estratégicas do Disa Norte, Aline Artini, explica que o cadastramento das famílias indígenas vem sendo intensificado desde 2021. O intuito é que esses usuários sejam vinculados às unidades de saúde mais próximas, para que o acompanhamento seja contínuo e qualificado.
“Esta experiência deu visibilidade às etnias indígenas identificadas e cadastradas na zona Norte, a fim de fortalecer a inclusão social e saúde coletiva, no intuito de integrar os povos indígenas de acordo com o que está preconizado e assegurado pela Constituição Federal. Entender o AIS como Rede Viva em contexto urbano é enfatizar a realidade para a melhoria da oferta de serviços e da qualidade da atenção básica em Manaus”, afirma Aline.
O projeto foi executado pelos AIS Amarildo Machado, Iranilson Gabriel, Nelcilene Almeida e Joscilene Santos. De acordo com Aline, a experiência também resultou no fortalecimento da interação dos agentes indígenas com seus pares, com as comunidades de etnias distintas, com gestores, com diferentes áreas técnicas da Semsa, além de manter uma agenda aberta com as lideranças indígenas da região.
Agentes Indígenas de Saúde
O projeto “Agente Indígena de Saúde: Rede viva do Distrito de Saúde Norte” foi um dos três vencedores da 1ª Mostra “Manaus, aqui tem SUS”, realizada na última sexta-feira, 14/4, e irá representar o município na etapa estadual do evento. A ação tem o objetivo de dar visibilidade às experiências inovadores executadas no Sistema Único de Saúde no âmbito municipal.
Quando foi aberta a seleção, o perfil para a função eram profissionais de nível fundamental que pertencessem aos povos indígenas ou que tivessem acesso a eles, para auxiliar as demais equipes de saúde na oferta dos serviços. Os AIS também passaram por uma série de treinamentos para a atuação na secretaria.
A Semsa deu início à admissão de Agentes Indígenas de Saúde (AIS) em outubro de 2020, com intuito de garantir a assistência ofertada a esse público em meio ao cenário da pandemia de Covid-19. Atualmente, há 11 servidores atuando como AIS, sob Regime de Direito Administrativo (RDA), distribuídos nos distritos de saúde da capital, e a secretaria estuda a possibilidade de criação permanente da função.
Texto – Victor Cruz / Semsa
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Fotos – Divulgação / Semsa