A névoa de fumaça e a péssima qualidade do ar em Manaus e na região metropolitana da capital do Amazonas foram os destaques nos discursos, durante a Sessão Especial, desta quarta-feira (11), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
O vice-presidente da Casa Legislativa, deputado Carlinhos Bessa (PV) chamou atenção às consequências do ar contaminado à saúde da população. O parlamentar destacou que hoje a população está vivendo no meio da fumaça, com a capital e o interior totalmente poluídos.
“Isso vai causar um grande prejuízo na saúde pública. O estado precisa fiscalizar e punir quem pratica tal ato, tendo em vista que estamos vivendo um momento delicado de desastre ecológico com a seca, quadro piorado pela fumaça”, enfatizou. Bessa disse ainda que o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) precisa colocar mais fiscais nas ruas. “Se a gente não tomar uma atitude, o prejuízo na saúde pública será grande. Então, os órgãos de controle precisam impedir e inibir esses crimes ambientais, porque ficar apenas apagando fogo não adianta”, alertou.
Comentando sobre o problema, o deputado Sinésio Campos (PT) citou o painel de monitoramento de qualidade internacional World’s Air Polution, que reúne dados de se sensores ao redor do mundo, incluindo o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), que classificou Manaus como o segundo pior lugar do mundo para se respirar e a necessidade de educação ambiental.
“Nesta quarta-feira, Manaus é a segunda cidade com ar mais poluído por causa da fumaça. As queimadas ocorrem como uma espécie de preparação para plantio porque as cinzas corrigem o PH ácido do nosso solo, tornando-o bom para o plantio. Concordo que a fiscalização e controle devem acontecer, mas a educação ambiental precisa ser feita. O calcário poderia ser distribuído para os produtores porque é um caminho ecologicamente mais limpo ou pelo menos a venda a um preço subsidiado para que as pessoas possam adquirir”, apontou.
Também lamentando a classificação da qualidade do ar, a deputada estadual Joana Darc (UB), presidente da Comissão de Proteção aos Animais, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, cobrou ações efetivas de proteção ambiental.
“Estamos com a segunda pior qualidade de ar do mundo e isso é muito grave. Pessoas estão aproveitando para colocar fogo em terras para explorar atividade ilegal. A Amazônia não pode servir apenas para palco de discurso, precisamos de ajuda a nível mundial e nacional”, afirmou.
Desbarrancamento em Itacoatiara
Um desbarrancamento na margem da cidade de Itacoatiara (distante 175 quilômetros de Manaus) que causou a destruição parcial do porto da cidade foi repercutido nos pronunciamentos.
O deputados Cabo Maciel (PL) se pronunciou lamentando o ocorrido e afirmando que já procurou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). “Já fiz contato com o Dnit e pedi uma equipe técnica no local para avaliar o que aconteceu nesta área do porto. Este porto é importante para Itacoatiara é um município estratégico, recebe cargas, param navios para fazer o transbordo para vir para capital”, afirmou.
O deputado Thiago Abrahim (UB) também repercutiu o desbarrancamento do porto de Itacoatiara, alertando sobre o perigo para outros portos do interior. “Para reconstruir este porto vai levar pelo menos dois anos e será um prejuízo para Itacoatiara. Isso serve de alerta para os demais portos que sofrem efeitos de terras caídas no Amazonas”, alertou.