Um acordo, que pode viabilizar a exploração sustentável de potássio em Autazes, no Amazonas, foi destacado nesta quinta-feira (9) pelo deputado estadual George Lins (União Brasil) na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
O acordo, segundo o parlamentar, está sendo costurado entre os ministérios da Agricultura, de Meio Ambiente, Minas e Energia e Povos Originários, além do Ibama e da Funai.
Da tribuna, o parlamentar mencionou reportagem de O Globo, veiculada no último domingo (5), em que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou os entendimentos que podem possibilitar o acordo e desembaraçar um imbróglio jurídico com o Ministério Público Federal (MPF), que exige o cumprimento das consultas aos povos indígenas, necessárias para que o empreendimento avance.
“Se o acordo avançar, obtendo a bênção do MPF, o Amazonas entrará na pauta verde, ambiental, do Governo Federal. Isso colocará o nosso estado em posição estratégica, pois a exploração sustentável desse minério pode tirar o Brasil da lista de maiores importadores de potássio e torná-lo um dos maiores exportadores do mundo, tendo o Amazonas como o maior fornecedor”, discursou o deputado.
O potássio é um minério considerado essencial para o agronegócio e cuja jazida está situada a oito quilômetros de uma área indígena, em região densa de floresta e ao lado do Rio Madeira. Na área da mina, vivem 12 mil pessoas pertencentes à etnia Mura, que querem a demarcação de suas terras.
“Por isso o acordo deve ser bem costurado para que a legislação seja respeitada e os indígenas não sejam prejudicados. A luta do povo é a nossa luta”, afirmou Dr. George, chamando a atenção para o diálogo acerca do acordo.
Exploração do potássio
A empresa Potássio do Brasil, responsável pela exploração da jazida, garante que conduzirá a exploração dentro das regras de sustentabilidade.
A expectativa é que, caso o acordo avance, a empresa produza cerca de 2,2 milhões de toneladas de potássio por ano, com a criação de 1.300 empregos diretos e 2.600 indiretos na região.
Conforme o ministro Carlos Fávaro, o potássio de Autazes reduziria a dependência do agronegócio da importação do minério de que resultam os fertilizantes fundamentais para o agronegócio, fertilizantes que hoje são importados com o custo de US$ 14 bilhões (R$ 72 bilhões) por ano.
Apoio
Em aparte ao discurso do Dr. George, o deputado-presidente da Aleam, Roberto Cidade (União Brasil), elogiou a abordagem do assunto e manifestou-se otimista quanto ao acordo em andamento.
“Parabenizo o Dr. George por trazer tema tão importante ao plenário da Aleam. Torço para que a exploração de potássio seja destravada porque vai gerar emprego e renda em Autazes e nos municípios do entorno. O Governo Federal começou com o pé direito, e que os indígenas sejam bastante beneficiados com o potássio”, disse Cidade.
Lucyleny Rocha (99396-1032) e Juscelino Taketomi (99223-6343)