A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), por meio da Escola do Legislativo Senador José Lindoso, iniciou a programação do evento “Vozes da Floresta’, nesta quinta-feira (17), com uma palestra para 60 alunos do 9º ano da Escola Estadual Alda Barata, localizada no bairro Alvorada, zona Centro-Oeste, onde foi debatida a diversidade dos povos indígenas no contexto urbano.
O evento, que prossegue até sexta-feira (18), é desenvolvido dentro do programa “Educando pela Cultura” em alusão ao Dia Internacional dos Povos Indígenas. A proposta é celebrar a cultura dos povos originários. Durante dois dias acontecem palestras; exposição de artesanatos indígenas e apresentações culturais.
A coordenadora do Educando pela Cultura, Jacy Braga, explicou a importância de destacar a contribuição dos povos originários. Ela destaca a necessidade de se resgatar a formação cultural, mostrando que o nosso estado concentra a maior população indígena do Brasil, assim como desmistificar conceitos negativos a respeitos dos indígenas.
“São povos que resistiram, por isso não foram escravizados e acabaram dizimados pela sua luta. Ainda temos matança de indígenas que tentam proteger a floresta do garimpo ilegal e do desmatamento. É importante perceber a importância deles no ambiente amazônico”, explicou, completando que dia 9 foi celebrado o Dia Internacional dos Povos Indígenas.
“Por contra da data, preparamos o evento que tem feira de artesanatos indígenas; apresentação cultural com quatro cacicas das etnias Munduruku e Mura e a execução do Hino Nacional na língua Mura e também apresentação cultural do grupo Caxiri da Cuia”, citou.
O cacique Elágio Mura, o primeiro palestrante, apontou costumes que contribuem para segregação indígena dos aldeados e enfatizou que na linha ancestral, os indígenas carregam os seus antepassados, o que é importante para manter a cultura. “Portanto, se o avô era indígena, ele também é indígena”, explicou. Porém, ele também ressaltou que a forma de percepção varia de etnia para etnia, sendo pluralista. “É diferente do que nos é apresentado, principalmente nas escolas, com aquele mito do cocar, arco e flecha e pinturas que nem todas as etnias usam ou usam de forma diferente uma das outras”, destacou.
Acompanhando os alunos a professora de ciências Valéria Lima, falou como a atividade extra classe pode esclarecer os alunos. “É de extrema importância que aprendam com atividades extraclasse e eventos deste tipo, que transmitem um conhecimento que eles (alunos) talvez não tivessem, e ainda propondo uma reflexão sobre diversidade e igualdade entre os povos”, avaliou.
O estudante Marcos Guilherme de Freitas, de 14 anos, disse que o evento é uma oportunidade para lembrar a importância do respeito a outros povos. “Com esta palestra, a gente aprende o porquê de respeitar as diferenças, as diversidades entre as pessoas, seus costumes e suas crenças”, afirmou.