Pró-reitores de ensino de graduação de instituições públicas de ensino superior de todas as regiões do Brasil, além de representantes estudantis e de movimentos sociais, apresentaram e discutiram propostas para aperfeiçoar o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), durante o encontro “Diálogos sobre o acesso à educação superior: unir para fortalecer o Sisu”, realizado pelo Ministério da Educação (MEC) na quarta-feira, 30 de agosto, em Brasília (DF).
Por Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Sesu
Segundo o diretor de Políticas e Programas de Educação Superior da Secretaria de Educação Superior (Dippes/Sesu/MEC), Alexandre Brasil, as informações sobre como participar das ações do MEC que promovem o acesso ao ensino superior, como o Sisu, precisam chegar até os jovens que não têm conseguido disputar essas vagas. “Nosso desafio é o de tornar o Sisu mais atrativo e inclusivo para os jovens e mais eficiente, do ponto de vista da administração acadêmica, sem perder de vista o seu histórico relevante, que iniciou uma verdadeira transformação na forma de ingresso na universidade pública”, afirmou.
O evento reuniu cerca de 80 pessoas, presencialmente, na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE), e mais de 100, em ambiente online. Para a secretária de Educação Superior do MEC, Denise Carvalho, a partir da criação de espaços de escuta e diálogos, como o oportunizado pelo evento, será possível anunciar melhorias no Sisu já em 2024. Para isso, o encontro ouviu representantes do MEC e das instituições de educação superior públicas, além de estudantes, sobre suas experiências e perspectivas com o Sisu.
Para Ingrid Siss, participar do encontro sobre o Sisu já gerou muitas expectativas, porque foi o primeiro espaço em órgão federal que o Comitê conseguiu para discutir a perspectiva do jovem que busca ingressar no ensino superior. “Vamos construir uma cartilha que vai ser totalmente divulgada para a juventude, principalmente para a juventude de territórios e maior vulnerabilidade social, passando as informações necessárias para que eles entendam um pouco mais sobre políticas afirmativas, de acesso ao ensino superior e, principalmente, de permanência no ensino superior”, comemorou.
Estudantes – Durante o evento, mais de 15 gestores de instituições federais e estaduais expuseram suas experiências e perspectivas para as melhorias no Sisu. Entre outras mesas, houve a apresentação do resultado de uma escuta com estudantes sobre acesso ao ensino superior, realizada pela coordenadora e idealizadora do Comitê Universitário do Pacto pela Juventude, Ingrid Siss. O Pacto é uma política pública lançada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
O pró-reitor de graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Bruno Teixeira, lembrou que, apesar de a UFMG sempre receber o maior número de inscrições no Sisu entre as instituições participantes, há um problema com o número crescente de estudantes que concluem o processo de seleção, mas nunca comparecem às aulas. “Esses estudantes são tanto cotistas, em condições de maior vulnerabilidade, como também estudantes de ampla concorrência. Diante disso, a gente tem trabalhado no sentido de fazer chamadas em regime de fluxo contínuo, porque nossa obsessão é chegar a 100% das vagas preenchidas”, declarou.
Instituições – Já a pró-reitora de Graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Cláudia Maria Mendes Gontijo, que foi uma das painelistas do encontro, destacou que a universidade pública federal se tornou mais democrática, sem alterar as suas formas e os seus currículos. Atualmente, a universidade precisa passar por uma mudança para atender a essa diversidade de estudantes que se encontra em seu interior. “A universidade é um patrimônio do Estado brasileiro e nós temos que zelar para que essa instituição se fortaleça cada vez mais”, disse ela.
Sisu – Instituído pela Portaria Normativa MEC nº 2, de 26 de janeiro de 2010, o Sistema de Seleção Unificada é um sistema eletrônico gerido pelo MEC que reúne as vagas ofertadas por instituições públicas de ensino superior, sendo a grande maioria delas ofertada por instituições federais (universidades e institutos). O sistema executa a seleção dos estudantes com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Até o limite da oferta das vagas, por curso e modalidade de concorrência, de acordo com as escolhas dos candidatos inscritos, eles são selecionados por ordem de maior classificação para ocupação das vagas.
Para o coordenador nacional do Colégio de Pró-reitores de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior (Cograd/Andifes), Jeronimo Tybusch, a importância desses eventos está no trabalho colaborativo, que garanta a continuidade dos programas. Nesse sentido, o encontro trouxe dados para subsidiar o Ministério da Educação na melhoria das políticas de ingresso e acesso à universidade pública no Brasil.