A vice-presidente da Manauscult, Oreni Braga, explica que esse fomento, também, significa aumento no volume financeiro da arrecadação de tributos como, por exemplo, o recolhimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).Este ano, o desfile das escolas de samba, que receberam reajuste de 20% no valor do repasse financeiro, totalizando R$ 2.229.541,60 (dois milhões, duzentos e vinte e nove mil, quinhentos e quarenta e um reais e sessenta centavos) disponibilizados pela Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Evento (Manauscult), começa nesta quinta-feira, 16/2, no centro de convenções de Manaus, o sambódromo, na avenida Pedro Teixeira, zona Centro-Sul.
De acordo com Aluízio Nascimento, presidente da União das Escolas de Samba do Amazonas (Uesaam), o apoio dado pelo prefeito David Almeida para a realização do desfile das Escolas de Samba de Manaus do Grupo Especial, “A” e “B”, no Carnaval de 2023, foi decisivo.
“Além de uma bonita festa popular, o Carnaval também é responsável pela movimentação de alguns setores da economia. O recurso pago ao setor do samba já movimenta mais de 20 mil postos de trabalhos temporários, além do incremento nas vendas em comércios de ferragens, aço, madeira, tintas, tecidos, bebidas e alimentos”, concluiu Oreni.
O presidente da Uesaam também ressaltou que o samba movimenta, indiretamente, uma média de 3 mil trabalhadores, e que os gastos de uma agremiação vão desde a documentação até a compra de insumos.
“Nós, fazedoras de cultura popular, enfrentamos muitas dificuldades e com a pandemia, elas triplicaram. Mas, graças ao apoio que recebemos da Prefeitura de Manaus e da comunidade, conseguimos preparar uma belíssima apresentação, fruto do trabalho de profissionais, entre eles soldadores, marceneiros, carpinteiros, pintores, decoradores, estilistas, costureiras e empurradores dos carros alegóricos”, comentou Aluízio.
O levantamento feito pela Uesaam aponta que entre as funções mais bem pagas está a do artista responsável pela criação dos carros e alegorias, onde uma obra de pequeno porte custa algo em torno de R$ 20 mil.
“No carro alegórico, por exemplo, há gastos com manutenção do chassi, pneus, caixa de direção, ferragens, tecido, madeira ou aço, dependendo do que o carnavalesco projetou. E na hora da aquisição de insumos, onde grande parte vem de fora, priorizamos ao máximo comprar o que é possível aqui na nossa cidade, como iluminação led, galão, cola, tecidos, pedrarias e plumagens”, pontuou Aluízio.
As contratações temporárias movimentam toda a indústria da economia criativa e ajudam a gerar renda para pessoas que estão desempregadas, a exemplo dos mais de 380 trabalhadores contratados pelas agremiações dos grupos de acesso, conforme explica Dudson Carvalho, presidente do Grupo de Acesso Oficial da Cultura Popular (GAOCP).
Indústria da Economia Criativa
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“A geração de emprego contempla contratações de artistas para os barracões, costureiras e bordadeiras para as oficinas de indumentárias e fantasias, profissionais de artes visuais, de solda artística, de pinturas e revestimento de alegorias, por exemplo. É importante avaliar a movimentação econômica gerada pelo nosso setor e a potência da classe trabalhadora envolvida no Carnaval de Manaus. Estamos vindo de dois anos de pandemia, onde muitos artistas renomados, em busca do sustento, tiveram que migrar para outros estados como Rio de Janeiro e São Paulo, gerando uma certa escassez e aumento do valor da mão de obra. Mas, estamos superando”, finalizou Dudson.
Foto – Divulgação / Arquivo Manauscult
Texto – Emanuelle Baires / Manauscult