Equipes de saúde da Prefeitura de Manaus iniciaram, nesta segunda-feira, 23/1, um mutirão para a busca ativa de casos de malária em 26 comunidades da zona Rural do município, localizadas nas áreas do Tarumã Grande e do Tarumã-Mirim. A atividade é coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), por meio do Distrito de Saúde (Disa) Rural.
De acordo com o diretor do Disa Rural, Rubens Santos, o mutirão foi organizado para intensificar as ações de prevenção da doença, que este ano registrou 68 casos na zona Rural de Manaus, em um movimento planejado de acordo com a avaliação dos fatores de risco nas comunidades.
O trabalho inclui ações de educação em saúde e será realizado em dois dias, encerrando na terça-feira, 24, com concentração na comunidade Nossa Senhora de Fátima, localizada na margem esquerda do rio Negro, atuando para atender moradores por meio da utilização de veículos terrestres e fluviais.
Entre as 26 localidades programadas para receber as equipes, a concentração da atividade está ocorrendo nas comunidades de Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora do Livramento, Abelha, comunidade Ebenezer e Igarapé do Julião, com atuação em ramais e comunidades do entorno da área ribeirinha de Manaus.
“Não há registro de aumento de casos este ano, mas identificamos um impacto da doença em áreas ribeirinhas e, por isso, é importante intensificar as ações para manter o controle, evitar surtos, atuando na prevenção e controle, além das ações de rotina. A intenção é fortalecer o atendimento nas comunidades, o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico de casos de malária”, destacou Rubens Santos.
“A ação ocorre com maior intensidade hoje na área fluvial, mas vai atender também as comunidades da área rural terrestre. Em caso de diagnóstico positivo, o paciente recebe os medicamentos e é encaminhado para atendimento médico. Os moradores também são orientados sobre os sintomas, quando e onde devem procurar atendimento. Como há um grande fluxo de pessoas entre as comunidades, rurais e urbanas, é feita ainda uma investigação para saber se o caso de malária é dessa mesma área ou foi importado de outras regiões, assim é possível realizar um maior controle da doença no município como um todo”, explicou Luciano.
O gerente de Vigilância em Saúde do Disa Rural, Luciano Batista Barreto, informou que as equipes estão realizando visitas domiciliares com a coleta de material para o exame de gota espessa, direcionado para pessoas com ou sem sintomas da doença.
Os principais sintomas da doença são: febre, calafrios, muito suor e dor de cabeça. Pessoas que apresentam esses sintomas e, nos últimos 15 dias estiveram em áreas de risco para a malária, devem procurar um serviço de saúde para realizar o exame.
A malária é uma doença endêmica no município de Manaus e de risco, considerando as condições climáticas e ambientais existentes que favorecem a proliferação do principal vetor de transmissão da doença, o mosquito Anopheles darlingi.
A gerente de Atenção à Saúde do Disa Rural, Janiete Barbosa, explicou que foi dada ênfase no monitoramento de três grupos de pessoas mais suscetíveis às complicações pela doença: crianças, que são mais suscetíveis aos riscos; idosos, que normalmente já apresentam alguma outra comorbidade; e as gestantes.
Durante a ação de intensificação na comunidade Nossa Senhora de Fátima, o Disa Rural também promoveu um encontro com servidores sobre a importância de atenção ao diagnóstico precoce, tratamento e o atendimento clínico de pacientes de maior risco de complicações pela doença.
A dona de casa Azemira Moraes, 63, moradora da comunidade do Abelha, recebeu em casa uma das equipes de saúde para a realização do exame e destacou a importância da busca ativa para facilitar o acesso ao serviço.
“Todas as gestantes devem realizar o exame para a malária no pré-natal para garantir um tratamento adequado. É uma rotina estabelecida no serviço de saúde na rede municipal, já que a gestante com malária pode apresentar complicações como uma doença no fígado, e o bebê pode desenvolver, por exemplo, microcefalia. Os profissionais de saúde realizam um monitoramento efetivo, desde o diagnóstico da doença no pré-natal até depois do nascimento da criança”, ressaltou Janiete.
Casos
“A coleta do material para o exame em casa facilita muito para fazer o exame. Se for positivo para malária, depois de duas horas eles já estão de volta com o medicamento para iniciar o tratamento. Eu peguei malária quatro vezes, a última vez foi há três anos, então sei como é a doença. Por isso, tenho muito cuidado com a família, mantenho o quintal limpo, não deixo acumular água no quintal e uso mosquiteiro”, afirmou Azemira.
Para manter o controle da malária, a Prefeitura de Manaus tem adotados diversas ações: investimento em logística para deslocamento das equipes nas áreas de risco; reforma das bases de controle da malária; aquisição de insumos (larvicida biológico e inseticida) para controle do mosquito Anopheles darlingi; implantação de mosquiteiros impregnados em domicílios nas áreas de maior risco; direcionamento das ações de prevenção e controle para áreas prioritárias, a partir do monitoramento dos indicadores epidemiológicos e entomológicos de risco; acompanhamento e apoio nas ações e programações pelos técnicos da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores, Núcleo de Malária e Setor de Controle Vetorial e Entomologia.
No ano passado, o município de Manaus registrou 2.806 notificações de malária, representando uma redução de 37,2% de casos em relação ao ano de 2021, quando houve o registro de 4.469 casos. Este ano, o município notificou 165 casos.
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
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Fotos – Divulgação / Semsa
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