Equipe Ascom
Por Sebastião de Oliveira
A escritora norte-americana, poetisa, escritora de ficção, não-ficção e educadora premiada por abordar temas relacionados ao racismo institucional, Shonda Buchanan disse que estar na Amazônia, onde existe a maior concentração populacional indígena do Brasil, é adorável. Para Buchanan, participar de um evento dessa magnitude possibilita aos estudantes da Ufam maior consciência da realidade.
A Acolhida de Calouros do curso de Língua Inglesa da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Amazonas (Flet/Ufam) que desde segunda-feira (24/7), vem realizando atividades de recepção aos novos alunos do ano letivo 2023, teve na tarde desta quinta-feira (27/7), a presença da escritora norte-americana Shonda Buchanan que participou de um workshop envolvendo calouros e veteranos. O evento ocorreu no auditório Rio Alalaú, setor Norte do Campus Universitário.
A escritora não se considera uma ativista de linha de frente, de rua no combate ao racismo institucional, mas, sua luta está na palavra, ou seja, uma ativista literária. Buchanan entende que combater o racismo com a literatura não é uma ação única, existem personagens ilustres da história mundial que conseguem expressar de forma combativa o racismo institucional através da veia literária, e destaca Angela Yvonne Davis, Martin Luther King, Mahatma Gandhi.
Por outro lado, ela acredita também que diante desse processo, existe outra perspectiva que além de ensinar existe a possibilidade de aprender outras culturas, assim como, quebrar estereótipos da visão americana sobre os povos que vivem na Amazônia. Buchanan entende que a luta contra opressão, contra o racismo institucional perpassa pela união das pessoas, no sentido de combater a irracionalidade humano e romper sistemas que não funcionam para os povos tradicionais, indígenas e negros.
“Hoje, é muito difícil falar qual seria a cultura inglesa. Existem muitas culturas ligadas a língua inglesa”, expôs Araújo que acredita que a presença da escritora Shonda Buchanan é uma oportunidade única. “Foi uma oportunidade muito bem vinda para que pudéssemos construir esse diálogo, pois, os nossos alunos já têm a perspectiva sobre Literatura de Língua Inglesa de diversos países, compreendendo a cultura inglesa como uma cultura disseminada, envolvendo muitas outras culturas”, completou.
A coordenadora do curso de Língua Inglesa, professora Adriana da Silva Araújo, disse que a Acolhida dos Calouros do curso de Língua Inglesa não fica restrita somente ao aluno novato, mas também se conta com a participação dos veteranos que acompanham as atividades de recepção. Com isso, o evento marca o início do ano letivo 2023. Para ela, a presença da escritora Shonda Buchanan tem sua importância, pois, existe uma discussão de compreender o inglês como uma língua mundial não somente uma língua localizada mais como uma língua falada no mundo inteiro por pessoas de diferentes raças, gêneros e culturas diversas.
Através da escrita, da contação de histórias, a escritora Shonda Buchanan traz essas discussões de como isso pode ser tratado em nossa sociedade atual.
A responsável pela vinda de Shonda Buchanan ao Brasil, mas, especificamente à Universidade Federal do Amazonas, a diretora do Escritório de Ensino de Língua Inglesa da Embaixada dos Estados Unidos da América, Helmara de Moraes, disse que além de escritora, Shonda Buchanan, atua como professora universitária e nas suas discussões traz temas relevantes sobre ancestralidade como busca de nossas origens, no sentido de servir como instrumento de empoderamento das populações negra e indígena de nossa atualidade.
Indicada ao Prêmio Pushcart, Embaixadora da Oxfam, bolsista do USC Los Angeles Institute for the Humanities e bolsista do Departamento de Assuntos Culturais da Cidade de Los Angeles (COLA), Shonda Buchanan é autora de cinco livros, incluindo o premiado livro de memórias Black Indian. Shonda também é membro do corpo docente do Programa MFA em Escrita Criativa do Alma College.
Sobre a escritora
Poeta, escritora de ficção, não-ficção e educadora premiada, Shonda recebeu o Brody Arts Fellowship da California Community Foundation, uma bolsa Big Read do National Endowment for the Arts, várias bolsas da Virginia Foundation for the Humanities, o Prêmios Denise L. Scott e Frank Sullivan e uma bolsa de estudos Eloise Klein-Healy. Poeta curador consultor do The Broad Art Museum, Shonda também é bolsista do Sundance Institute Writing Arts, bolsista do PEN Center Emerging Voices e Jentel Artist Residency. Finalista do concurso de poesia da Mississippi Review de 2021, o livro de memórias de Shonda, Black Indian, ganhou o Indie New Generation Book Award de 2020 e foi escolhido pela PBS NewsHour como um dos “20 melhores livros para ler” para aprender sobre o racismo institucional. Prestes a entrar em uma terceira impressão, Black Indian começa a saga das histórias de migração de sua família de comunidades de pessoas de cor livres explorando identidade, etnia, paisagem e perda. Sua primeira coleção de poesia, Who’s Afraid of Black Indians?, foi indicada para o Black Caucus da American Library Association e para o Library of Virginia Book Awards.