Disposta em 22 painéis, “Direitos Dela!” relata a evolução histórica dos direitos das mulheres, da participação na política até a igualdade no trabalho e os direitos sexuais e reprodutivos, na Suécia e no restante do mundo. Aponta também os obstáculos e dificuldades ainda presentes hoje, como o acesso restrito à saúde e a métodos contraceptivos e a disparidade no acesso à educação e no mercado de trabalho.O empoderamento feminino e os direitos das mulheres são temas de uma exposição itinerante atualmente em cartaz na sede da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), no bairro Adrianópolis, zona Sul. Com o apoio da Prefeitura de Manaus, a mostra “Direitos Dela! Dinheiro, poder, autonomia” é uma iniciativa do consulado da Suécia em Manaus, e pode ser conferida por visitantes e público interno da secretaria, até a sexta-feira, 2/6, sempre das 8h às 17h.
“Atingir a igualdade de gênero e empoderar mulheres e meninas é um dos Objetivos do Desenvolvimento das Nações Unidas, e a mostra indica que evoluímos ao longo das décadas, mas que há ainda um caminho longo até termos as mulheres ocupando espaços em pé de igualdade com os homens e tendo seus direitos atendidos de forma plena”, assinala.
Para a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, a mostra em exibição na Semsa suscita reflexões oportunas sobre o papel da mulher na sociedade e as diferenças entre mulheres e homens no acesso a direitos fundamentais, como o direito à saúde.
“A igualdade de gênero não acontecerá espontaneamente. As mudanças sempre são resultados das demandas por direitos humanos feitas por ativistas do povo e por feministas, em qualquer lugar e a qualquer tempo”, diz o texto.
O texto de abertura da mostra lembra que a 4ª Conferência das Nações Unidas sobre as mulheres, em 1995, foi um ponto de inflexão para os direitos femininos, resultando em uma declaração e uma plataforma de ação com pontos críticos para o alcance da igualdade de gênero, e defende o reforço daquele compromisso entre sociedades e nações.
Em seus primeiros painéis, “Direitos Dela!” traz uma linha do tempo da evolução dos direitos das mulheres desde 1792, quando a escritora e filósofa inglesa Mary Wollstonecraft publicou um ensaio em defesa do acesso igualitário às escolas e a participação plena da mulher na sociedade. A partir daí, apresenta dados e números sobre a presença feminina na educação, tecnologia, mercado de trabalho, economia e política, assinalando também histórias positivas.
Elas na História
O direito à integridade física é outro tópico levantado na mostra, que informa que 49% das gestações nos países de renda baixa e média são indesejadas. Nesse quadro, por outro lado, o acesso a métodos contraceptivos modernos e o cuidado adequado de mulheres grávidas e recém-nascidos permitiria a redução de abortos inseguros em 72% e de óbitos maternos em 62%.
A exibição destaca ainda questões como o auxílio-parental, apontando que 184 de 189 países garantem ao menos um dia de licença-maternidade remunerada, sendo a média de duração da licença de 98 dias. Para os pais, 105 países garantem pelo menos um dia de licença, com média de cinco dias. Já a Suécia tem um dos auxílios mais generosos, assegurando 480 dias de licença remunerada para pais e mães.
A exibição evoca ainda desafios da atualidade, como a diminuição do espaço para os atores democráticos no mundo, e aponta razões de esperança, como a crescente organização e participação de meninos e homens em prol da igualdade de gênero, a visibilidade à violência de gênero trazida por movimentos como o #MeToo e a mobilização de jovens mulheres como Greta Thunberg contra as mudanças climáticas.
Desafios e soluções
A circulação de “Direitos Dela!” em Manaus começou no último dia 10 de abril, com a abertura da exposição no salão nobre da Biblioteca Aderson Dutra, na Universidade Nilton Lins. A mostra tem concepção do Instituto Sueco, com textos de Asa Eldén, Rikard Lagerberg e Ulrika Rosvall, traduzidos por Marcelo Cordeiro de Mello, e design gráfico do Kidler Design Studio.
“Ainda há um longo caminho a ser percorrido para chegarmos a um mundo com igualdade de gênero. Mas movimentos como Sextas-feiras pelo Futuro e #MeToo também nos mostram que os séculos de luta valeram a pena e fizeram uma grande diferença”, diz o texto da mostra.
Texto – Jony Clay Borges / Semsa
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Fotos – Alex Otani / Semsa