A produção literária infantil do Amazonas ganha destaque nacional ao traduzir de maneira genuína a vida dos ribeirinhos, o folclore e elementos regionais. A obra “Apenas uma canoa nas noites de verão”, da autora amazonense Leila Plácido, despertou o imaginário do leitor de outras regiões do país e entrou para os acervos nacionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
A obra “Apenas uma canoa nas noites de verão”, de Leila Plácido, foi contemplada no Edital Prêmio Amazonas Criativo
A narrativa conta a saga de uma canoa, desde a sua origem em forma de semente, até o contato com os ribeirinhos e animais à margem do rio. A canoa é conduzida por seu Chico que percorre uma vida de aventuras, contos e folclore. A fábula traz ensinamentos sobre valores reais da vida, sustentabilidade e preservação ambiental.
O livro foi o vencedor do Edital Prêmio Amazonas Criativo nº 07/2021 promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
Para o secretário de Cultura, Marcos Apolo Muniz, os editais fortalecem o setor cultural do estado, permitindo uma maior divulgação dos trabalhos autorais.
“O país inteiro tem essa curiosidade sobre o nosso folclore e todo o conceito mítico do folclore nortista, então atribuo o sucesso a isso, a ter feito a fábula com base nesse cenário que é muito rico para criar, fazer alusão a nossa terra, lendas e mitos”, pontua a autora.
Ainda segundo a autora, a obra também foi inspirada na toada “Saga de um Canoeiro”, de Ronaldo Barbosa. “Eu amo esta toada e sempre pensei como seria a visão da canoa e comecei a escrever a saga do personagem”, explica a escritora.
“O Amazonas é o grande cartão de visitas do país e quando o setor cultural preconiza o folclore e as raízes nortistas, de uma maneira bem fundamentada, lúdica, que é o caso do livro da Leila Plácido, o interesse é natural”, enfatiza o secretário.
O livro “Apenas uma canoa nas noites de verão” está disponível online gratuitamente na Biblioteca da Leila. E, nos acervos nacionais nos links Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Cenpec.
Além da fábula, Plácido é autora dos títulos “Quase o Fim” (2016), “A menina que viajou o universo sem sair da cama” (2020), “Se um arco-íris toca numa gárgula” (2020) e participou da coletânea de contos “Encantarias” (2020), do coletivo Visagem.
Em Manaus e em cidades do Brasil, Leila Plácido participa de encontros literários, promovendo a divulgação da obra contemplada no edital cultural do estado.
Mania de Ler
No encontro, Leila promoveu uma tarde de leitura sobre a fábula amazônica, o processo de criação da obra, além de ter apresentado as aquarelas que ilustram o trabalho.
No início deste ano, a autora foi a convidada do projeto da secretaria de Cultura, Mania de Ler, que disponibiliza um acervo de 1,2 mil obras infantis e infantis e infantojuvenis em um veículo adaptado, no Largo de São Sebastião, Centro da cidade.