FOTO: Divulgação /FEIA jornada de Nilton Makaxi começou antes que tivesse conhecimento dela, e quando teve, persistente, não a temeu. Nilton Macaxi é um indígena de 50 anos, pai de quatro filhos, da etnia hixkaryana, um povo de língua caribe. Nascido na aldeia Kassawá, no rio Nhamundá, na área indígena Trombetas-Mapuera, Nhamundá-Mapuera e Katxuyana-Tunayana, no Amazonas.
Por Agência Amazonas
Luta, identificação e desafios marcam a trajetória de vida do indígena, que atua no departamento técnico da fundação
Sua trajetória começa com a chegada em Nhamundá, em 1997, onde Nilton criou algumas raízes e conquistou seu diploma de ensino médio e ingressou na faculdade de Pedagogia, formando-se em 2014. Além disso, também realizou o curso técnico em enfermagem, pois aprendeu desde muito cedo que o estudo seria o melhor caminho para traçar suas metas e objetivos, embora recebesse olhares inseguros e diferentes dos não-indígenas.
A oportunidade surgiu cedo no auge da vida adulta e aos 25 anos, mudou-se das terras indígenas para o município de Nhamundá (a 383 quilômetros de Manaus) para ingressar nos estudos e buscar os seus sonhos, e que, posteriormente, compartilhasse com outros indígenas seus feitos, levando representatividade ao povo hixkaryana.
Ao longo da sua jornada, trabalhou em alguns órgãos públicos como a prefeitura de Nhamundá, na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), foi presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi), e trabalhou na Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Atualmente, trabalha no departamento técnico da Fundação Estadual do Índio (FEI).
FOTOS: Divulgação /FEIPor ter prática de ensino e licenciatura ao fazer pedagogia, atuou como professor na aldeia Kassawá, que concentrava toda a população hixkaryana. Através do processo seletivo da Secretaria de Estado de Educação e Desporto do Amazonas, lecionou disciplinas de português, matemática e história.
Nilton Makaxi é um indígena que não só ganhou espaço e teve seus dias de glória, ele é um exemplo de que tempo nenhum limita o aprendizado e que tem orgulho de suas origens.
“Eu superei todos os desafios da vida, jamais deixei de acreditar em meus sonhos. Realizei o maior deles, que foi concluir a minha graduação com apoio da minha família. E, hoje, trabalho na fundação estadual do índio, prestando apoio e assistência aos povos indígenas do Amazonas. Isso é motivo de orgulho e alegria para mim”, ressaltou Makaxi.
