Durante o 74° Congresso Brasileiro de Enfermagem, ocorrido entre os dias 12 a 15 de novembro, no Rio de Janeiro (RJ) foi lançado o “Glossário da linguagem especial de Enfermagem para prática junto a povos indígenas no contexto Amazônico” de autoria de Francisco Cosme da Silva e Silva e Esron Soares Carvalho Rocha. Editado pela Editora da Universidade Federal do Amazonas, a obra contém 127 páginas.
Por Sebastião de Oliveira, equipe Ascom
O Glossário tem como objetivo principal contribuir com os profissionais de enfermagem e fornecer informações com uma lista de termos técnicos e/ou científicos para o registro de ações/práticas de enfermagem na assistência à população indígena, fundamentados no Modelo de Sete Eixos da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) versão 2019 – 2020.
A obra é resultado da dissertação de mestrado intitulada “Banco de Termos da Linguagem Especial de Enfermagem para a Prática junto a Povos Indígenas no Contexto Amazônico” do egresso Francisco Cosme da Silva e Silva do Programa de Pós- Graduação em Enfermagem no Contexto Amazônico – Mestrado Profissional (PPGENF-MP), da Escola de Enfermagem de Manaus da Universidade Federal do Amazonas (EEM/Ufam), sob orientação do professor Esron Soares Carvalho Rocha.
“Resultando em 4.166 prontuários e demais documentos inerentes à área e o relato através do grupo focal de 76 enfermeiros que atuam nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas do Amazonas. O processamento, análise, remoção das redundâncias, categorização e normalização, resultou em 764 termos que compõem o Glossário, organizados em ordem alfabética, contendo termos simples e compostos com suas definições descritas”, informou o pesquisador.
Francisco Silva explica que durante o procedimento de construção da obra, foi realizado um estudo nos sete DSEIs – Médio Rio Purus (MRP), Manaus (MAO), Médio Rio Solimões e Afluentes (MRS), Alto Rio Negro (ARN), Alto Rio Solimões (ARS), Parintins (PAR) e Vale do Javari (VJ) – todos no Estado do Amazonas. “A coleta de dados foi realizada entre os meses de junho e dezembro de 2022, através de duas estratégias simultâneas: 1) identificação dos termos nos prontuários dos pacientes indígenas e nos demais documentos de registro de enfermagem, existentes nas Casas de Saúde Indígena no período de 2018 a 2020; 2) identificação dos termos por meio da técnica de grupo focal com enfermeiros(as) que atuam junto a povos indígenas nos territórios distritais”, completou.
“À medida que este Glossário da linguagem especial e específica for se consolidando entre os trabalhadores de enfermagem no campo da saúde indígena, podemos, no futuro, ter um vocabulário institucional próprio e consensual, que permitirá a gestores, pesquisadores, profissionais de enfermagem, estudantes e população indígena um entendimento mais eficaz e uma comunicação objetiva, favorecendo o desempenho das ações institucionais e a compreensão do papel dos profissionais de enfermagem para a efetivação da gestão da Política Nacional de Atenção à Saúde do Povos Indígenas (PNASPI)” , expôs.
De acordo com Francisco Silva, “o Glossário reúne termos comuns aos profissionais da área que atuam junto à população indígena e poderá reduzir as dificuldades no que diz respeito à documentação do cuidado prestado e direcionar a conduta de novos enfermeiros no contexto da saúde indígena”.