FOTO: Ártemis Cunha / IdamCom apoio do Governo do Amazonas, por meio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), que oferta Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), iniciativa busca consolidar o Amazonas como um grande produtor e exportador de pitaia, devido às condições naturais que favorecem a produção durante o ano inteiro, diferente de outras regiões do país.
Por Agência Amazonas
Conheça a história do produtor rural que deu início ao cultivo da fruta no estado
O produtor rural Cléber Medeiros é proprietário da Fazenda Toca da Pitaya, localizada no quilômetro 35 da AM-010 (Manaus-Itacoatiara), a primeira e maior produtora de pitaia do estado. Hoje, a propriedade possui mais de 120 mil pés e conta com mais 60 mil em propriedades agregadas, somando uma produção mensal de 20 toneladas.
Com origem na América Central, a pitaia, também conhecida como fruta-do-dragão, é cultivada no Amazonas desde 2015. A fruta de sabor adocicado é consumida in natura ou como ingrediente em receitas de doces e drinks. Esse aumento no consumo impulsiona a produção de pitaia no Amazonas, com grande perspectiva de gerar emprego e renda para mais produtores rurais do estado.
Início da produção
FOTO: Ártemis Cunha / IdamCléber morava nos Estados Unidos e veio para o Amazonas para fazer trabalho voluntário em áreas ribeirinhas. Ao ouvir os produtores rurais relatarem as dificuldades da agricultura local, devido aos períodos de seca e enchentes, nasceu a ideia de produzir pitaia, por ser um cacto altamente resistente ao calor e com boa produção na chuva.
“Aqui em Manaus, nós conseguimos produzir pitaia o ano inteiro devido à iluminação, não é o calor, não é o sol, é a iluminação que favorece, enquanto no Sul, Sudeste e Nordeste tem inverno e a produção para porque a planta deixa de vegetar e, consequentemente, deixa de produzir o fruto”, explica o agricultor sobre as características favoráveis da produção local.
O início da produção, em 2015, enfrentou dificuldades na comercialização da fruta no mercado local, pois na época, a fruta era vista como exótica e era completamente desconhecida pelo público amazonense.
“Como não havia como adquirir mudas, eu comprei duas frutas, extraí a semente e assim começaram as primeiras plantas. Em pesquisas, descobri que em outros países havia grandes produções de pitaia, enquanto o Brasil ainda engatinhava. Então, desde o início focamos em atingir a produção em alta escala e transformar Manaus na capital nacional da pitaia”, contou.
Mercado consumidor
FOTO: Ártemis Cunha / IdamCerca de duas a três toneladas de pitaia são exportadas todos os meses para os estados de São Paulo e Roraima, enquanto a maior parte da produção é consumida no mercado local. Mesmo assim, o agricultor aponta que a fruta ainda é desconhecida pela população amazonense. Para os produtores rurais, isso representa um grande espaço para aumentar a produção e comercialização da pitaia.
“A dificuldade foi apresentar uma fruta totalmente desconhecida, com aparência exótica, sabor inimaginável, onde nem a dona de casa nem a criança conheciam. Foi muito difícil colocar a pitaia no mercado. Começamos a produção com as sementes e pouco a pouco fomos introduzindo no mercado”, relatou o produtor.
Além da comercialização da fruta in natura, o cultivo da pitaia proporciona ao produtor rural a extração de néctar das flores para produção de mel e, também, alimentação de animais com o talo da planta. Como todos esses atrativos, a produção de pitaia tem atraído mais produtores familiares interessados na cultura.
“Ainda existe um mercado de 90% de pessoas que precisam ser alcançadas com a fruta e a nossa dificuldade é que ainda não temos produção suficiente. Também temos todas as certificações necessárias para fazer a exportação da pitaia, só que não há produção suficiente”, disse Cléber, que aponta a grande parceria com o Governo do Amazonas para fomentar a produção de pitaia no estado.