De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), o Dia Mundial da Doação de Leite Humano é uma data simbólica, criada pela Rede Global de Bancos de Leite Humano, com ações ao redor do mundo para sensibilizar a sociedade e dar visibilidade ao tema, discutindo e promovendo a importância da doação de leite humano e do aleitamento materno.Em alusão ao Dia Mundial da Doação de Leite Humano celebrado nesta sexta-feira, 19/5, e à Campanha Nacional de Doação de Leite Humano, do Ministério da Saúde, cujo tema este ano é “Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho”, a Maternidade Dr. Moura Tapajóz (MMT), da Prefeitura de Manaus, incentiva a ampliação do número de mães doadoras e esclarece as principais dúvidas sobre a doação.
A enfermeira Lílian Aguiar, responsável pelo Posto de Coleta de Leite Humano da MMT, também conhecido como “Cantinho da Amamentação”, ressalta que o leite materno doado salva vidas, pois abastece os recém-nascidos doentes ou prematuros que estão na UCI e UTI (Unidades de Cuidados Intermediários e de Tratamento Intensivo, respectivamente) da maternidade, que necessitam de nutrição por meio desse alimento natural e genuíno.
Dados da Moura Tapajóz mostram que, de janeiro a dezembro de 2022, foram fornecidos aos bebês da maternidade mais de 322 litros de leite materno, doados por 81 mulheres lactantes.
Todo o leite doado é analisado, pasteurizado e submetido a um rigoroso controle de qualidade antes de ser ofertado a uma criança, conforme rege a legislação que regulamenta o funcionamento dos bancos de leite humano no Brasil, a RDC nº 171.
“Quando a mãe tem um bebê doente ou prematuro, o leite demora para fazer a saída. Porque sabemos que o ato de amamentar é que estimula o cérebro a produzir mais leite. Então, quando esse recém-nascido não está com a mãe, o próprio estresse do momento e a falta de sucção direta na mama são responsáveis por essa baixa de produção. Por isso, esse bebê necessariamente vai precisar de leite materno doado”, explicou Lílian.
Lílian Aguiar explica que toda mulher saudável que esteja amamentando pode ser doadora voluntária, inclusive aquelas que não tiveram seus filhos na Moura Tapajóz. Lílian destaca que a doação traz benefícios não apenas para os bebês, mas também para as mães que doam, pois o processo de amamentação, bem como retirada do leite, contribui para a prevenção de doenças cardiovasculares e de câncer de mama ou do colo do útero.
Requisitos e orientações
A enfermeira orienta que a doação pode ser feita, com agendamento, na própria maternidade, ou em casa, após orientação técnica. Nos dois casos, a voluntária deve entrar em contato por WhatsApp (92 99240-8080), de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Se optar pela coleta domiciliar, a doadora vai receber kits de doação esterilizados e o leite será recolhido em casa nos dias marcados pela equipe da maternidade.
Para a doação, as mulheres lactantes precisam apresentar exames que tenham sido realizados há pelo menos seis meses ou solicitar a realização em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) ou via agendamento na sede da Moura Tapajóz de forma gratuita.
Lílian Aguiar observa que os meses de dezembro e janeiro e o período do Carnaval são as épocas em que acontecem as maiores quedas no volume de doação. “Por isso, pedimos especial atenção para esses períodos, mas destacamos que a doação de leite humano é importante o ano inteiro, para garantir o atendimento dos bebês doentes e prematuros da maternidade, que não podem ser amamentados por suas próprias mães e precisam muito desse suporte”.
A doação não irá prejudicar a amamentação, ressalta Lílian. “Quanto mais a mama é estimulada com a sucção, mais leite ela produz”, esclarece, acrescentando que, além disso, ao coletar todo o excesso depois da amamentação de seu bebê, a mulher evita o risco de o leite excedente empedrar ou infeccionar o seio.
Texto – Marcella Normando /MMT / Semsa
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Fotos – Divulgação / Semsa