A nova técnica foi desenvolvida pelo perito Madson Nascimento, em conjunto com a perita Midory Hiraoka. A dupla trabalhou em parceria com as também peritas Ana Karolina Freitas de Souza e Najara Marinho. Todos os peritos envolvidos na criação da nova técnica têm formação em Química.
A técnica poderá ser utilizada por órgãos de fiscalização e forças policiais do Estado. (Foto: Arquivo/SSP-AM)O Amazonas, por meio de peritos do Instituto de Criminalística Lorena dos Santos Baptista (IC-LSB), desenvolveu uma técnica para identificar, de forma preliminar, a cocaína, mesmo que esteja misturada a outras substâncias que mudam a coloração natural da droga. A metodologia, segundo a diretora do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), Margareth Vidal, poderá ser utilizada por órgãos de fiscalização e forças policiais do Estado.
De acordo com a perita Najara Marinho, que também é diretora do Instituto de Criminalística, a droga, que não apresenta odor, é misturada em produtos como café, chocolate, carvão ou até mesmo no açaí. Devido à adição dessas substâncias, a cocaína passou a ser chamada de “cocaína preta”.
A equipe de peritos passou a estudar uma nova metodologia, após agentes da Receita Federal no Amazonas relatarem problemas para constatar a presença da cocaína no momento da fiscalização, feita com o auxílio de cães farejadores.
Najara informou que além do caso da Receita Federal, outras apreensões de cocaína preta já foram efetuadas em ações da Base Arpão.
“Nessa cocaína preta ocorre adição de substâncias que vão mudar a cor dela e que também vão fazer com que altere o cheiro, o odor. E o objetivo dos traficantes é justamente ludibriar o cão e também negativar o teste, que é o teste preliminar”, explicou.
Segundo o perito Madson Nascimento, após vários testes, a nova metodologia desenvolvida pela equipe de peritos do Instituto de Criminalística do Amazonas apresentou eficiência capaz de identificar a nova droga.
Eficiência
A nova técnica desenvolvida para análise preliminar da “cocaína preta” poderá ser utilizada pelos agentes da Receita Federal, pelas delegacias do interior do Amazonas, na Base Arpão e outros órgãos que já façam exame preliminar de drogas.
“A problemática atual é que hoje existe um tipo de cocaína que não é detectado pelo método colorimétrico tradicional, e basicamente o que nós fizemos aqui no Instituto de Criminalística foi implementar uma etapa nova neste método, onde a partir de então este tipo de cocaína passa a ser identificado pela mudança de coloração”, explicou.
De acordo com a perita Najara Marinho, o novo método utiliza materiais simples e de baixo custo. “Eles pegaram esse material e fizeram vários testes, com vários reagentes, com vários solventes. E dentro dessa metodologia encontraram essa, porque a gente pensou em baixo custo e num material que seja acessível e que não faça mal à saúde. O primeiro interventor às vezes nem tem o conhecimento de química, às vezes ele é um policial militar. Essa é uma das grandes vantagens do nosso método, essa questão do baixo custo e de ser viável a utilização desse material com o primeiro interventor.
Baixo custo
De acordo com Najara Marinho, a metodologia criada no Amazonas é pioneira em todo o País. “A cocaína preta é uma ‘novidade’. A gente imagina que outros Estados devam estar em busca de uma alternativa para que esse teste preliminar seja positivo. A gente não tem conhecimento de algum Estado que tenha usado essa nossa metodologia”, concluiu.
Método exclusivo