FOTO: Érico Xavier/FAPEAMPesquisadores do Amazonas analisam a produção de probióticos que beneficiem a saúde e produção de pescado no estado, contribuindo para uma maior resistência contra doenças, aumento no peso e melhoria na qualidade da água de criação de espécies como tambaqui, matrinxã e pirarucu. O estudo, em andamento, conta com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e está sendo desenvolvido na Universidade Nilton Lins.
Por Agência Amazonas
Produtos irão contribuir para maior resistência contra doenças e peso em produção de tambaqui, matrinxã e pirarucu
FOTO: Érico Xavier/FAPEAMSegundo a coordenadora do estudo, a pesquisadora Suzana Kotzent, isso irá fornecer maior garantia de que seus benefícios sejam alcançados, pois estes possuem uma maior familiaridade com o meio onde devem se fixar, como temperatura, pH e salinidade do trato gastrointestinal. Para cada espécie de peixe, microrganismos específicos estão sendo isolados e testados pelo grupo de pesquisa.
Os probióticos são conhecidos, popularmente, como microrganismos vivos, que podem ser bactérias ou leveduras, uma vez administrados de maneira correta trazem diversos benefícios para a piscicultura. Na pesquisa, os microrganismos estão sendo isolados da mesma espécie de peixe para a qual ele será aplicado.
A necessidade de alternativas sustentáveis para a aquicultura foi um dos principais motivos que levaram o grupo de pesquisa a estudar esta temática.
A pesquisadora explica que a maioria dos probióticos comercializados no mercado foram isolados de outras espécies de animais, como suínos e aves, o que não garante a sua colonização adequada nos peixes, nem seus efeitos benéficos, e que o uso de produtos ineficazes, culmina em aumento de custo e perdas econômicas ao produtor.
Coordenadora do estudo, a pesquisadora Suzana Kotzent. FOTO: Érico Xavier/FAPEAMO projeto irá contribuir para o desenvolvimento de produtos que auxiliam na criação de peixes nativos de forma estratégica, maximizando os ganhos produtivos, reduzindo as perdas econômicas e contribuindo para a sustentabilidade da aquicultura no Amazonas, além de entregar ao consumidor um produto mais seguro.
“A utilização destes probióticos permite que os peixes fiquem mais saudáveis, o que minimiza a necessidade da utilização de desinfetantes e antimicrobianos, que por sua vez são utilizados de forma excessiva na produção, o que pode levar ao desenvolvimento de cepas bacterianas resistentes, colocando em risco a saúde pública”, acrescentou.
O projeto iniciado em maio de 2022 tem previsão de conclusão no ano de 2025. Até o momento, foram feitos dezenas de produtos com potencial probiótico (isolados e em associação) para testes em tambaqui e matrinxã, sendo que os estudos com tambaqui estão mais avançados, onde foram encontrados alguns grupos de probióticos relevantes que aumentaram a resistência dos peixes contra infecções.
“A pesquisa e o desenvolvimento de probióticos já está bastante avançada em todo o mundo, para diferentes vertebrados. No entanto, o conhecimento de cepas autóctones de peixes amazônicos ainda é escasso, o que justifica a ausência de produtos específicos no mercado”, disse Suzana Kotzent.
Grupo de Pesquisa
FOTO: Érico Xavier/FAPEAMNo Amazonas, além de Suzana, o projeto também conta com a coordenação do pesquisador Gustavo Valladão, também da Universidade Nilton Lins, e colaboração dos cientistas Fabiana Pilarski do Centro de Aquicultura da UNESP (Jaboticabal/SP) e Guilherme Campos Tavares da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Os experimentos com o matrinxã estão em andamento e, nos próximos meses os pesquisadores irão iniciar as pesquisas com o pirarucu.
“É possível adquirir insumos necessários para realização de ciência em prol da sociedade, que vão desde materiais de consumo, equipamentos e bolsas de estudo para capacitação de recursos humanos. Alunos, pós-graduandos e pesquisadores são beneficiados por este apoio, dando segurança e robustez à pesquisa realizada no estado”, disse.
Para Suzana, o apoio da Fapeam é fundamental para a realização de pesquisas no estado, em especial aquelas aplicadas ao setor produtivo.
PDCTR-AM
O estudo intitulado “Novos insumos para a produção de peixes amazônicos: desenvolvimento de probióticos autóctones para tambaqui, matrinxã e pirarucu” está sendo desenvolvido no âmbito do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional no Estado do Amazonas (PDCTR-AM), edital Nº 013/2021, realizado pela Fapeam, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).