A possibilidade de obter tambaquis de forma sustentável e profissional com qualidade para o consumidor amazonense e, propiciar ao produtor alternativas para otimizar o uso da ração, gerando economia e redução dos custos, foram táticas usadas em um estudo desenvolvido apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
A estratégia alimentar propicia melhor qualidade da água, diminui custos e evita desperdícios
Entre os benefícios aos piscicultores do estado, o coordenador destacou a pronta adoção das estratégias alimentares pelos piscicultores, pois se tratam de técnicas simples, que podem ser ajustadas ao cotidiano do produtor, além da economia do fornecimento da ração com a manutenção da qualidade da água de criação do tambaqui.
O projeto “Estratégias de manejo alimentar e monitoramento da qualidade da água visando a redução dos custos da produção do tambaqui no estado do Amazonas” foi coordenado pelo pesquisador Jony Koji Dairiki, da Embrapa Amazônia Ocidental, e constatou, no âmbito científico e econômico, a possibilidade de recomendar o uso de estratégias alimentares para promover a economia no fornecimento de ração, contribuindo significativamente na diminuição do custo de produção do tambaqui, tornando-o competitivo para o mercado.A pesquisa também certificou sobre a possibilidade de manter a qualidade de água da criação, por meio do uso otimizado da ração, evitando sobras que impactam a qualidade da água. E no âmbito social, a possibilidade de repassar estas técnicas aos agentes multiplicadores, como estudantes, técnicos e piscicultores.
“Normalmente, para esta fase de crescimento, são utilizadas até quatro alimentações diárias, o que onera o produtor. Outra estratégia é o uso da restrição alimentar, ou seja, manter juvenis e animais destinados a engorda em jejum, neste caso, manter os tambaquis em ambas as fases por um dia de restrição alimentar não prejudicou o desempenho zootécnico e propiciou uma economia no fornecimento de ração de 26,4%, especialmente para juvenis de tambaqui, completou.
Jony Dairiki observa que, as estratégias usadas durante o estudo para o manejo alimentar e monitoramento da qualidade da água, para a redução de custos de produção do pescado, estão na diminuição da frequência alimentar dos juvenis de tambaqui com uma só alimentação diária, resultando na redução de custos por meio da economia do uso da mão de obra.
“No estado do Amazonas, o estudo foi mais relevante, uma vez que, para a obtenção de ingredientes e rações é necessário obtê-los de outras regiões, o que torna o preço destes produtos mais caros devido o problema logístico estadual. Dessa forma, otimizar a alimentação diminui custos e evita desperdícios”, completou o coordenador destacando o apoio da Fapeam para o desenvolvimento do estudo.
O pesquisador constatou, ainda, que o fornecimento de ração de forma otimizada e sem perdas com o uso das estratégias alimentares, propicia uma melhor qualidade da água, o que é altamente desejável na piscicultura.O fornecimento da ração representa até 70% dos custos de produção do pescado, dessa forma, adotar estratégias alimentares que possam otimizar o arraçoamento (dar ou distribuir a ração) é essencial para produzir de forma profissional, econômica e sustentável, conforme explicou o pesquisador.
Formação
“O apoio da Fapeam foi imprescindível para a realização do projeto e a obtenção dos resultados. Com as bolsas destinadas a estudantes, propiciou a formação de equipe de trabalho com o treinamento e passagem de conhecimentos aos jovens estudantes. Colaborou na aquisição de insumos e equipamentos que aumentaram a possibilidade de obtenção de resultados fidedignos que puderam ser publicados.
A pesquisa também resultou em documentos seriados da Embrapa que são publicações destinadas diretamente aos produtores e agentes multiplicadores e podem ser conferidos nos links a seguir:https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1146313/1/BolPesq43.pdfhttps://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1146381/1/BP44.pdf
A pesquisa realizada na Embrapa Amazônia Ocidental também resultou na formação de diversos estudantes em níveis de mestrado, iniciação científica, além dos bolsistas de apoio técnico de instituições como a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade Nilton Lins, Instituto Federal do Amazonas (Ifam), entre outros.
O projeto recebeu apoio da Fapeam, por meio do Programa Amazonas Estratégico, Edital Nº 004/2018, que apoia atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, nas seguintes linhas temáticas: agricultura (fruticultura); aquicultura (piscicultura e peixes ornamentais); química fina, biocosméticos e biofármacos; tecnologia da informação e comunicação; novos materiais (biocompósitos, compósitos avançados e metamateriais bioinspirados); recuperação/regeneração de área degradada; serviços ambientais e mineração.
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