Texto enviado pelo professor Agno Acioli da FCA. Editado por Juscelino Simões e Rozana Barbosa (Ascom/Ufam).
Os pesquisadores Agno Nonato Serrão Acioli da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas (FCA/Ufam), juntamente com os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Rayssa Azevedo, José Wellington de Morais e Renato Almeida de Azevedo, os três últimos do quadro da Entomologia do INPA, descobriram um novo gênero e uma nova espécie de cupins na Amazônia Brasileira.
A nova espécie foi batizada de Caputitermes dimorphus e foi anunciada por meio de artigo publicado na revista científica do INPA Acta Amazonica.
O aprofundamento dos estudos, a partir da dissecação, desenhos, fotografias, morfometria e descrição dos indivíduos, agora com a participação dos pesquisadores Agno Acioli e José Wellington de Morais, confirmaram que se tratava de um novo gênero e nova espécie de cupim, o qual foi batizado de Caputitermes dimorphus, uma referência aos dois grupos que compõem operários que possuem cabeças de tamanhos bem distintos.
A descoberta foi anunciada no artigo científico “Caputitermes, a new genus of soldierless termite (Blattaria: Isoptera: Termitidae) with dimorphic workers from the Amazon rainforest”, publicado na revista científica Acta Amazonica. As amostras foram coletadas nas florestas da Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas e na Reserva Ducke do INPA, nos anos de 2012 e 2014 pelos pesquisadores Renato Azevedo e João Rafael Oliveira, na época alunos de Entomologia do INPA. Renato Azevedo lembra que ao cavar o solo se deparou com uma colônia de cupins subterrâneos, mas achou que se tratava de duas espécies distintas, pois os indivíduos possuíam diferenças gigantescas, como o tamanho da cabeça. As duas amostras de cupins ficaram por anos depositadas na Coleção do Laboratório de Sistemática e Ecologia de Invertebrados do Solo, do INPA. Em 2020, Rayssa Azevedo, juntamente com seu coorientador, Renato Azevedo, revisaram novamente o material e perceberam que esses cupins tão distintos entre si pertenciam a um mesmo táxon (grupo de indivíduos da mesma espécie).
O artigo pode ser acessado aqui.
A descrição de um novo gênero de cupins, coletados em florestas tão próximas a Manaus e tão ameaçadas, reforçam e priorizam a necessidade de protegê-las frente aos desmatamentos e a extinção de espécies sem antes conhecê-las.