“A cidade de Manaus vai dar a atenção devida a esse problema para que ele não se alastre. Assim como nós somos, hoje, referência em Saúde Básica no Brasil, nós também queremos ser referência no controle de zoonoses, principalmente com relação a esporotricose”, afirmou Almeida.O prefeito de Manaus, David Almeida, realizou, na manhã desta sexta-feira, 24/3, a abertura do 1º Fórum Municipal de Zoonoses com foco na Esporotricose. O evento, organizado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), aconteceu no auditório Isabel Victoria de Mattos Pereira do Carmo Ribeiro, na sede da prefeitura, no bairro Compensa, zona Oeste, e teve como objetivo promover o debate a respeito da situação epidemiológica da esporotricose humana e animal no município de Manaus, além de propor soluções para o controle da doença.
Em 2022, foram registrados 535 casos confirmados de esporotricose animal. Em relação à esporotricose humana, desde 2021, foram notificados, em Manaus, 360 casos da doença, sendo 241 no ano passado.
A esporotricose é uma zoonose que pode afetar pessoas e animais, especialmente gatos, causada por fungos do gênero Sporothrix. Em animais, os sintomas mais comuns são feridas profundas na pele (úlceras), que não cicatrizam e se espalham rapidamente. Os sintomas iniciais em humanos são lesões similares a uma picada de inseto.
“Eu tenho no meu plano de governo, seis metas com relação à causa animal e nós estamos buscando, a cada momento, avançar. Esse seminário faz exatamente isso, propõe ser o início do controle de um problema que já se alastrou. Era pontual, mas tem crescido e vai ter a atenção devida da prefeitura, com todo o apoio necessário para isso, inclusive com o fornecimento de medicamentos, para que nós possamos fazer o controle e a erradicação do problema”, enfatizou o prefeito.
Devido a esse avanço no número de casos confirmados, David Almeida salientou que a gestão municipal irá acelerar as medidas de combate para erradicar a doença da capital amazonense.
Durante o Fórum, ocorreram palestras abordando os temas “Cenário Epidemiológico da Esporotricose Humana e Animal”, “Manejo da Esporotricose Humana”, “Manejo da Esporotricose Animal, “Experiência da Semsa de Belo Horizonte” e “Legislação sobre Esporotricose”.
Participaram do evento profissionais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Semsa, Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP/AM), Organizações Não Governamentais e instituições de ensino.
Cuidados
A secretária municipal de Saúde em exercício, Aline Rosa Martins, destacou a importância do evento para definir o papel das instituições públicas municipais, estaduais e de entidades de proteção aos animais.”Esse evento teve o empenho da secretária Shádia Fraxe e dos secretários Djalma (Coelho) e Nagib (Salem), que estão em Brasília, articulando ações para a melhoria dos serviços de saúde em Manaus. O fórum é um passo fundamental para que todos os envolvidos discutam responsabilidades. No final do fórum, assinaremos uma carta, que formalizará o compromisso de enfrentarmos a doença juntos. É um problema de saúde pública que precisa do envolvimento de todos para ser resolvido”, assinalou.
A doença tem tratamento e, na maioria dos casos humanos e em animais, pode ser feito com a administração de antifúngico, que deve ser receitado por médico ou veterinário. Os primeiros casos de esporotricose animal foram notificados em Manaus no final de 2020, no bairro Glória, zona Oeste, quando houve o início de uma série de ações para o controle da doença.
O fungo da esporotricose pode ser transmitido aos animais e às pessoas pelo contato com materiais contaminados, como casca de árvores, palha, farpas, espinhos ou terra. O animal contaminado transmite a doença por meio de arranhões, mordidas ou contato com a pele lesionada.
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Após a identificação dos casos, a Semsa organizou uma série de ações para prevenção e controle, incluindo a busca ativa de casos suspeitos, elaboração de um plano de ação imediata para contenção dos casos e a orientação aos profissionais sobre os fluxos de notificação, diagnóstico, manejo clínico e vigilância epidemiológica dos casos suspeitos, e ações de Educação em Saúde.
Fotos – Ruan Souza/Semcom
Texto – Thiago Fernando/Semcom e Eurivânia Galúcio/Semsa