A chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa, Lúcia Freitas, destaca entre esses serviços a assistência pré-natal ofertada às gestantes. As equipes de atenção básica da rede municipal, aponta a gestora, realizam um acompanhamento cuidadoso da mulher durante toda a gestação até o parto, e ainda durante o puerpério, como é chamado o período de 45 dias após o nascimento do bebê.Neste domingo, 28/5, data que marca o “Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna” e o “Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher”, a Prefeitura de Manaus ressalta o papel essencial da Atenção Primária à Saúde (APS) na promoção da saúde materna e infantil e na garantia das políticas de atenção e cuidado à saúde da mulher. Mantida pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a rede de atenção primária atua como porta de entrada no acesso da população feminina aos serviços e ações de saúde.
Lúcia Freitas cita ainda os grupos de gestantes como uma estratégia para promover a saúde materna e reduzir os índices de mortalidade de gestantes, mães e bebês. A Semsa hoje apoia 88 grupos em unidades nos cinco Distritos de Saúde, nos quais as mães podem interagir e trocar informações relativas ao parto, bem como receber orientações de saúde dos profissionais da Semsa, incentivando a adesão ao pré-natal e um fluxo adequado até a maternidade.
“Nesse trajeto realizamos diversas ações para adesão ao pré-natal e para vinculação da gestante à maternidade, em conjunto com o Estado, visando assegurar que ela tenha todos os seus direitos atendidos no pré-natal e durante a maternidade”, afirma.
“Temos trabalhado muito em ações de educação em saúde visando orientar nossos profissionais de saúde para reconhecer uma grávida que está evoluindo para pré-eclâmpsia ou eclâmpsia, por exemplo, que são manifestações de hipertensão arterial na gestação”, relata.
A gestora aponta que a importância do pré-natal cresceu em razão da pandemia de Covid-19, quando houve aumento do número de óbitos maternos em todo o mundo. Em Manaus, foram 71 ocorrências em 2021, segundo dados parciais do Ministério da Saúde. Nesse sentido, informa Lúcia, a Semsa tem investido na prevenção e diagnóstico precoce de condições como a hipertensão arterial, uma das principais causas da mortalidade materna.
A prevenção e diagnóstico precoce de condições de risco na gravidez requerem um trabalho contínuo de acompanhamento e acolhimento da gestante no pré-natal. A responsável técnica de Saúde da Mulher do Distrito Sul, Rosandra Cavalcante dos Santos, atua justamente nessa área, assegurando o atendimento nas unidades, a prioridade na coleta de exames e a avaliação constante de vulnerabilidades, bem como o encaminhamento à atenção secundária na gestação de alto risco.
Trabalho e compromisso
Esse trabalho envolve a observação rotineira e constante das pacientes nas unidades, tanto por meio de prontuários como de visitas in loco, e a avaliação regular dos casos em conjunto com médicos e enfermeiros. A tarefa é exigente, diz Rosandra, mas o resultado positivo na vida de mães e bebês faz toda a diferença para ela e os demais profissionais da atenção básica de saúde.
“São muitas as situações em que a mulher pode desenvolver condição de risco no pré-natal, e por isso ficamos alertas. Quando a gente acompanha a gestante, consegue atuar para reduzir a gravidade de uma situação e assegurar um desfecho favorável para ela e o bebê”.
O compromisso das equipes da rede municipal de saúde se reflete em números. Pela quinta vez consecutiva, Manaus obteve a maior nota no programa Previne Brasil, com Índice Sintético Final (ISF) de 8,46, referente aos meses de janeiro a abril deste ano, conforme resultado divulgado nesta semana pelo Ministério da Saúde. A avaliação é quadrimestral e inclui indicadores de gestantes com pelo menos seis consultas de pré-natal, com exames para sífilis e HIV, e com atendimento odontológico realizado.
“A mulher que engravida confia a saúde dela e do bebê ao profissional de saúde, e para nós é um prazer grande quando conseguimos identificar problemas e intervir a tempo para que ela tenha um parto adequado e saia da maternidade com um bebê saudável. Por isso, todo dia buscamos a qualidade do atendimento na rede de saúde”, afirma.
“Todos esses eixos, a gente desenvolve na atenção primária, dando acesso à mulher aos serviços e ações de saúde e trabalhando para garantir que ela tenha atendidos os direitos previstos nas políticas públicas”.
Além da assistência pré-natal, Lúcia Freitas destaca que a atuação da APS abrange outros quatro eixos previstos nas políticas públicas de atenção integral à saúde da mulher: o planejamento reprodutivo, com ações de educação em saúde; prevenção do câncer do colo do útero; prevenção do câncer de mama; e atenção à mulher no climatério.
Como parte das ações referentes ao Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, o Comitê Municipal de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal (CMPOMIF), apoiado pela prefeitura, por meio da Semsa, em conjunto com o Comitê Estadual (Cepomif), realizam um encontro na segunda-feira, 29/5, das 8h às 12h30, no auditório do Centro Universitário Fametro, unidade da zona Sul, situada na rua Professor Ernani Simão, 1.160, bairro Cachoeirinha.
Encontro
Após a abertura, o encontro inicia com a apresentação de um panorama da mortalidade materna em Manaus e no Amazonas, com a participação de Lúcia Freitas, que também é presidente da CMPOMIF, e do presidente da Cepomif, Adalberto Taketomi Junior.
Com uma agenda de palestras, apresentações e exposição científica, o encontro busca promover uma reflexão sobre as mortes maternas e seu impacto no seio familiar e na sociedade, identificando suas causas e ressaltando o papel do prestador do cuidado na identificação dessas causas, bem como a importância de uma assistência qualificada, com ações que contribuam para a prevenção do óbito materno.
O encontro se encerra com a apresentação da proposta de atualização do Plano Estadual de Redução da Mortalidade Materna, a cargo de Adalberto Taketomi Junior.
A agenda inclui ainda um talk show/colóquio sobre a Mortalidade Materna no Contexto Amazônico, com a médica especialista em Saúde da Família e Comunidade da Semsa, Fabiola Kelly Santos; o ginecologista obstetra da Semsa, Helton Batista Oliveira; e a professora da Universidade Federal do Amazonas, enfermeira Maria Suely de Souza Pereira. A mediação é de Loiana Alencar de Melo, do Comitê de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal do Instituto Fernandes Figueira (IFF).
Texto – Jony Clay Borges / Semsa
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Fotos – Divulgação / Semsa