O chefe do Núcleo de Controle de Tuberculose da Semsa, Daniel Sacramento, explicou que a oficina foi dividida em duas partes, sendo uma com foco na Tuberculose Latente (avaliação de contatos, diagnóstico e tratamento), que ocorre quando uma pessoa foi infectada, mas ainda não desenvolveu a doença, e a segunda parte abordando a tuberculose ativa, diagnóstico, tratamento, reações adversas aos medicamentos e fluxos de atendimento.Médicos, enfermeiros e farmacêuticos que trabalham na zona rural de Manaus participaram nesta quarta-feira, 17/5, da oficina “Investigação de tuberculose latente e ativa na população: manejo clínico”. Promovida pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a capacitação foi realizada no Complexo de Saúde Oeste, bairro da Paz, em parceria com o Ministério da Saúde.
“No caso de suspeita da Tuberculose Latente, é feita a abordagem ao paciente que teve contato com uma pessoa que já tem a tuberculose ativa. O paciente pode ter sido infectado a partir desse contato e por isso é necessário fazer os exames, diagnosticar a tuberculose latente e iniciar o tratamento adequado, evitando o adoecimento e mortalidade por tuberculose.
Daniel explica que existe uma diferença na abordagem ao paciente e investigação de casos suspeitos. Na Tuberculose Ativa, o paciente já pode apresentar os sintomas ou estar em tratamento, então a conduta segue com a oferta do teste de escarro para o diagnóstico, acompanhamento e o tratamento por seis meses.
“É um processo de educação permanente para fortalecer o alinhamento e atualizar os profissionais de saúde. O último manual do Ministério da Saúde foi lançado em 2019, mas desde lá já tivemos mudanças tanto no diagnóstico como no tratamento da tuberculose”, explicou Daniel.
Além da oficina direcionada para profissionais da zona rural, a Semsa já realizou a capacitação de profissionais dos Distritos de Saúde Norte, Leste, Oeste e Sul, incluindo técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde e agentes de controle de endemia.
“A oficina vai ajudar no fortalecimento das ações desenvolvidas para a prevenção e controle da tuberculose. Não temos uma demanda muito grande para casos de tuberculose na zona rural, mas oferecemos todo o atendimento, fazemos o trabalho de busca ativa de casos suspeitos e acompanhamento de contatos dos pacientes”, destacou a técnica do Programa de Controle de Tuberculose do Disa Rural, enfermeira Lana Maria Barbosa.
A oficina para o Disa Rural atendeu 30 profissionais atuando em comunidades localizadas na área fluvial e terrestre (AM – 010 e BR – 174).
“Prestamos toda a assistência para o paciente, com o acolhimento, oferecendo o exame de escarro para todas as pessoas com tosse, mesmo sem febre ou outro sintoma, e encaminhamos o material para o laboratório. Quando há o diagnóstico para tuberculose, fazemos a entrega de medicamentos, o acompanhamento do paciente e dos contatos para detectar a tuberculose latente, incluindo visitas em domicílio”, afirma Maria Anete.
Para a enfermeira Maria Anete Moraes, que atua na unidade de saúde Nossa Senhora Auxiliadora, na margem esquerda do rio Tarumã-Açu, a capacitação é importante para qualificar o atendimento à população.
Casos
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, conhecida como bacilo de Koch. A transmissão da tuberculose ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.
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No ano passado, 1.207 pessoas realizaram o tratamento para Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) no município de Manaus. Em relação aos casos de tuberculose, Manaus registrou 672 casos novos este ano e 2.653 casos no ano passado.
Fotos – Divulgação / Semsa
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa