A vice-presidente da Manauscult, Oreni Braga, comentou que Moacir Andrade ajudou no processo de renovação das expressões artísticas local. “Moacir iniciou na pintura como autodidata, foi membro do Clube da Madrugada, organizou exposições e cursos de pintura para os jovens interessados em aprender a pintar. Isso é legado”, enfatizou.As homenagens em comemoração do aniversário do artista Moacir Andrade aconteceram nesta sexta-feira, 17/3, no Museu da Cidade de Manaus (Muma), no centro histórico, onde há um ano foi inaugurado pela Prefeitura de Manaus o memorial do pintor e escritor. A celebração poético-musical foi realizada pelo Conselho Municipal de Cultura (Concultura) e Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).
A filha do homenageado, Gracimoema, disse que a comemoração em memória ao seu inesquecível pai foi muito especial. “Essa lembrança de um ano de sucesso dessa obra tão sonhada me deixou super emocionada, porque o papai foi alegria a vida inteira e eu não esperava por esse evento tão singelo”.
A programação contou ainda com a presença de artistas e amigos de Moacir Andrade, além dos familiares como Gracimoema de Andrade Sampaio, Lúcia Regina, Maria do Carmo, Moacir Junior e Raimunda da Cruz, que lhe prestaram homenagens.
O presidente Tenório Telles fez uma apresentação especial da vida e obra do artista mostrando todas as fases de sua obra pictórica, e também, suas obras como memorialista e poeta. “Moacir era na verdade um grande multiartista, talentoso e relevante em tudo o que produzia”, destacou.
Ela ressaltou ainda que foi um momento maravilhoso e de muita emoção, que dura e perdura. “Esse memorial era um sonho que eu tinha e eu não estava conseguindo sozinha, e ficou lindo. Eu quero que cada vez mais este espaço seja um sucesso”, finalizou.
O afilhado de Moacir Andrade, o juiz Paulo Fernando de Britto Feitoza, fez um relato de várias passagens pitorescas e muito íntimas do convívio com o padrinho, destacando como uma das mais significativas, a homenagem feita pelo Comando Militar da Amazônia (CMA) que só era feita aos generais.
Telles relembrou a importância de Moacir Andrade para a produção das artes plásticas e literatura amazonense. “Moacir sempre foi apaixonado pela cidade de Manaus, e suas gentes, que tanto retratou em seus quadros, em várias fases de sua longeva carreira”, afirmou.
Memorial
“Foi um grande momento para um homem que foi muito perseguido e encarcerado pelo regime militar, receber em vida um reconhecimento como Cidadão Amazônida e artista grandioso que sempre foi”, disse emocionado Feitoza.
“O memorial está localizado no espaço onde habitam os moradores no entorno do museu, nos tradicionais bairros do Céu, Aparecida e o centro histórico, onde viveu o grande pintor, escritor, um dos personagens mais carismáticos que integrou o Clube da Madrugada cidade de Manaus. O memorial mostra os objetos da família, o trabalho do grande artista e partes do acervo como seus lápis, e também uma Pinacoteca com os primeiros traços desse grande pintor que ainda é o maior artista do Amazonas e da cidade de Manaus”, afirmou Novellino.
A inauguração do novo espaço do Muma aconteceu há um ano, em 17 de março de 2022. O Memorial Moacir Andrade, que conta com um acervo pessoal do artista plástico, foi doado pela família e teve a curadoria de Leonardo Novellino, gestor do Museu. O espaço virou um dos mais concorridos pelos visitantes do museu, informou o gestor.
Moacir Andrade, nesta sexta-feira, estaria completando 96 anos. Iniciou-se na pintura como autodidata, tornou-se um membro de destaque do Clube da Madrugada, onde ajudou no processo de renovação das expressões artísticas locais. Ele organizou exposições e cursos de pintura para os jovens interessados em aprender a pintar, atividades essas que foram realizadas em espaços públicos, para que a população tivesse acesso.
O espaço do Memorial é dividido em duas salas e tem como conceito a família e o trabalho, e recebe, além do acervo de desenhos, objetos de coleção do próprio ateliê do pintor, como sua mesa de pintura, banquetas, pincéis e paletas doadas pela família do artista.
O evento foi aberto ao público, com palestra sobre a vida e a obra do artista, seguida de visitação guiada ao Memorial Moacir Andrade.
Como escritor, deixou importante contribuição para a literatura regional, com livros de ensaio sobre a cultura amazônica, poesia, memória e artes plásticas.
Texto – Cristóvão Nonato / Concultura e Emanuelle Baires / Manauscult
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Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjAweVG
Fotos – Clóvis Miranda / Semcom