O diretor do Distrito de Saúde (Disa) Rural, Rubens Santos, contou que o município foi o primeiro do país a utilizar o aplicativo e-SUS Território, do Ministério da Saúde, para a execução da atividade. Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Controle de Endemias (ACE) percorreram quase 90 quilômetros nas margens direita e esquerda da rodovia, durante oito meses, registrando todos os dados no aplicativo, por meio de tablets.Desenvolvendo uma ação pioneira no país, a Prefeitura de Manaus concluiu, nesta quinta-feira, 9/2, a territorialização de parte da BR-174, do quilômetro 9 ao 96, para otimizar e ampliar as ações de saúde levadas até os moradores da zona rural. O trabalho, conduzido pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), foi realizado na área de abrangência da Unidade de Saúde da Família Rural (USFR) Ada Viana, localizada no quilômetro 42, e recebeu o nome de “Projeto ADA”.
Até então, cerca de 1,7 mil pessoas estavam cadastradas no território da unidade. Com o Projeto ADA, foi possível identificar uma população de 3.090 pessoas vivendo nessa mesma área, e todas já estão devidamente nos sistemas oficiais de saúde.
“Nós precisávamos delimitar e ilustrar melhor as nossas fronteiras, inclusive definindo com mais precisão as microáreas para cada equipe da Estratégia Saúde da Família. Nossas equipes percorreram toda essa distância e foi possível localizar e cadastrar famílias que antes não existiam no sistema, e hoje elas passarão a ter essa assistência garantida e facilitada”, disse o diretor.
Nesta quinta-feira, os resultados do projeto foram apresentados às equipes de saúde da unidade, a fim de aprimorar o planejamento do atendimento domiciliar ofertado às famílias da região, assim como ações de busca ativa. “Isso é uma demonstração de organização e força da gestão do prefeito David Almeida, que visa melhorar a vida da população da zona rural, já que está distribuída em áreas tão distantes e enfrenta maiores dificuldades para acessar os serviços de saúde básica”, ressaltou o diretor.
Esse público foi identificado em 63 localidades, como ramais, vicinais, vilas e pequenas comunidades. Conforme Rubens, um dos grandes benefícios do levantamento, registrado no e-SUS Território, é o georreferenciamento de cada um desses pontos, com a indicação das rotas de acesso para cada localidade.
A gerente de Atenção à Saúde do Disa Rural, Janiete Barbosa, explicou que o projeto-piloto foi desenvolvido no território da USFR Ada Viana por conta das fronteiras com os municípios de Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo, que precisavam estar bem alinhadas junto aos agentes de saúde.
Expansão
Nas próximas semanas, de acordo com Janiete, o projeto de territorialização será iniciado nas calhas do rio Negro e rio Amazonas, e irá avançar até que todas as unidades do Disa Rural tenham suas populações devidamente mapeadas. “São comunidades muito longes, e nós vamos fazer a contagem populacional, assim como a descrição desses territórios e rotas de acesso. Dessa forma, estamos investindo de forma mais assertiva em nossas estratégias de assistência”, observou.
“Essa cooperação intensa entre ACS e ACE, com os motoristas e demais integrantes das equipes, nos levou a encontrar populações desconhecidas, não cadastradas, casas que nós não sabíamos que existiam. Isso tudo resultará na ampliação da assistência em saúde e construção de um perfil epidemiológico completo da população dessa área”, informou a gerente.
Maria Crislaene Chaves atua como Agente Comunitário de Saúde (ACS) há cerca de 11 anos, na zona rural. Ela relatou que foi feita uma busca ativa de todos os moradores da região, cadastrando no e-SUS Território todos os dados desses cidadãos.
Rotina
Raulneik Raun Moraes mora em uma fazenda, em um dos ramais acessados pela BR-174, e parabenizou a iniciativa da secretaria. “É muito importante a presença deles aqui, tanto para mim quanto para a minha esposa e meus filhos. Muitas vezes a gente não consegue ir até a unidade, e por isso eu agradeço muito o apoio dos agentes de saúde da Semsa que vêm até aqui, com esse trabalho maravilhoso e que muitas pessoas precisam”, declarou.
“A partir de agora, a gente está criando uma logística melhor de atendimento dessas famílias, com uma informação mais precisa da distância que será percorrida e de quem são esses usuários, como crianças, grávidas, idosos ou pessoas com comorbidades. Hoje, nós visitamos uma família, que foi identificada por meio desse projeto, com um bebê recém-nascido, e já realizamos o teste do pezinho”, relatou.
Texto – Victor Cruz / Semsa
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Foto – Henrique Souza / Semsa