A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoverá a abertura da campanha Janeiro Roxo, que busca a prevenção e o controle da hanseníase. A cerimônia será nesta quarta-feira, 11/1, às 9h, no auditório da Universidade Paulista (Unip), na avenida Mário Ypiranga, bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul.
Durante o evento, coordenado pelo Núcleo de Controle da Hanseníase (Nuhan/Semsa), será realizada uma exposição sobre o cenário epidemiológico da hanseníase no município de Manaus e apresentadas as ações exitosas implementadas na prevenção e controle da doença, incluindo a estratégia de busca ativa de casos com a aplicação do Questionário de Suspeição em Hanseníase (QSH), visitas em domicílio, implantação do Projeto Autoexame de Pele Virtual nas escolas do Programa Saúde na Escola (PSE), e o trabalho de capacitação de servidores da Semsa.
A chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase, enfermeira Ingrid Santos, explica que o evento vai reunir gestores e profissionais da Semsa, além de representantes de instituições parceiras.
“A intenção é apresentar para a sociedade o atual cenário epidemiológico da hanseníase em Manaus, mostrar as experiências exitosas desenvolvidas e divulgar os resultados alcançados. Também é uma forma de agradecer o esforço dos profissionais de saúde e o apoio das instituições parceiras que têm colaborado com a Semsa para a eliminação da hanseníase”, explica Ingrid.
Além da cerimônia de abertura do “Janeiro Roxo”, as unidades de saúde da rede municipal estão desenvolvendo uma série de atividades da campanha no mês de janeiro, intensificando a oferta de exame de pele para a detecção precoce de casos suspeitos de hanseníase e a promoção de ações educativas, com palestras, roda de conversas, exposição de vídeo aulas, apresentação de teatro, caminhada com distribuição de material informativo e panfletagem em ruas de maior fluxo de veículos.
A programação de janeiro vai incluir também uma nova etapa de aplicação do Questionário de Suspeição em Hanseníase (QSH), adotado pelo Ministério da Saúde para ampliar a detecção de casos da doença nos municípios brasileiros, com visitas domiciliares em áreas de 11 bairros de Manaus que apresentam maior incidência de hanseníase (Colônia Terra Nova, Monte das Oliveiras, Praça 14, Crespo, Flores, São José Operário, Puraquequara, da Paz, Redenção, São Jorge e Lírio do Vale).
“A busca ativa, com a aplicação do QSH, será realizada por agentes de saúde durante visitas domiciliares. Os moradores podem responder as perguntas do questionário sobre a presença de sintomas de hanseníase, e se conviveram ou conhecem pessoas que já tiveram a doença, para melhor abordagem e orientações”, informa Ingrid.
Após a aplicação do QSH e a partir da avaliação das respostas indicando possíveis sinais e sintomas da hanseníase, a Semsa irá orientar os pacientes para atendimento na unidade de saúde, com realização de exames e definição do diagnóstico. Caso confirmado o diagnóstico, o paciente terá acompanhamento e iniciará o tratamento de forma imediata. Dermatoses simples também serão acompanhadas pela UBS.
Casos
Em 2021, Manaus registrou 102 casos novos de hanseníase, com uma taxa de detecção geral de 4,67 casos/100.000 habitantes, sendo sete casos em menores de 15 anos.
No ano passado, o município registrou 111 casos novos, apresentando uma taxa de detecção de 4,92/100.000 habitantes, com sete casos novos em menores de 15 anos.
“A Semsa vem fortalecendo a rede de saúde e estabelecendo estratégias para diagnosticar o maior número possível de casos de hanseníase de forma precoce, o que garante o tratamento em tempo oportuno, a interrupção da cadeia de transmissão e evita as sequelas graves da doença. No caso de menores de 15 anos, a preocupação é que os casos diagnosticados neste público indicam que há um adulto sem tratamento convivendo com a criança ou adolescente”, alerta Ingrid.
Doença
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen. A transmissão da doença ocorre quando uma pessoa doente, sem tratamento, elimina o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros, transmitindo para pessoas sadias que convivem próximo e por tempo prolongado no mesmo ambiente. Por isso, os contatos dos pacientes, familiares e sociais, devem ser acompanhados nos serviços de saúde por um período de cinco anos para que, se houver a transmissão, a doença possa ser diagnosticada precocemente.
Apesar da alta capacidade de transmissão, poucas pessoas adoecem, já que a maioria da população possui defesa natural contra o bacilo. Os sintomas surgem na pele e nos nervos. Os sintomas neurológicos incluem: formigamento, dormência, sensação de agulhada ou alfinetada, queimação ou sensação de brasa, sensação de um frio doloroso e sensação de choque elétrico. Na pele surgem manchas claras, avermelhadas ou acobreadas, com alteração de sensibilidade, perda ou diminuição do suor, e perda de pelo.
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Foto – Arquivo / Semcom
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
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