A abertura oficial da campanha aconteceu no Parque das Tribos, no bairro Tarumã, zona Oeste, com ampla participação da comunidade indígena, que reúne 35 etnias. Os grupos Ruaringo e Caxirí na Cuia aproveitaram a dança para reforçar a importância da prevenção do câncer do colo do útero para as mulheres indígenas.A Prefeitura de Manaus iniciou nesta quarta-feira, 1º/3, as ações da campanha “Março Lilás” com o objetivo de fortalecer o combate ao câncer do colo do útero no município. Ao longo do mês de março, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) promoverá uma série de atividades de educação em saúde a fim de sensibilizar a população sobre a doença, além de intensificar a oferta de exames preventivos e da vacinação contra o HPV.
“A Semsa realiza um trabalho intenso na prevenção de doenças e na promoção da saúde e temos ações específicas com enfoque na saúde da mulher. Uma das nossas frentes é a divulgação e sensibilização sobre a vacina contra o HPV, que deve ser recebida por meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade. Esse esforço tem o objetivo de mudar o cenário de mulheres que têm a vida interrompida por causa do câncer causado pelo papilomavírus humano”, frisou.
A diretora de Atenção Primária da Semsa, Sonja Farias, que participou da abertura, enfatizou que as ações de prevenção ao câncer do colo do útero acontecem na rotina nas unidades básicas de saúde da Semsa, mas que em março as equipes intensificam a mensagem da prevenção, investindo em educação em saúde com destaque para as medidas preventivas da doença, que no Amazonas ocupa o primeiro lugar entre os cânceres que vitimam o público feminino.
A chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa, Lúcia Freitas, acrescentou que, além do imunizante, uma das principais formas de prevenção do câncer do colo do útero é o uso de preservativo nas relações sexuais e a realização do exame citopatológico por mulheres de 25 a 64 anos.
Sonja Farias reforçou que o câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV), e é um dos poucos tipos de câncer que pode ser evitado. Se diagnosticado na fase inicial, possui 100% de chance de cura, daí a importância dos adolescentes tomarem a vacina, que é ofertada gratuitamente nas 171 salas de vacina de Manaus.
Lúcia destacou que a avaliação do preventivo é realizada no Laboratório Sebastião Marinho, gerenciado pela Semsa, e quando são detectadas alterações, a usuária é chamada para realizar uma colposcopia, procedimento que complementa o Papanicolau, e a biópsia para verificar se as alterações são indícios de câncer.
“É importante destacar que o preservativo não impede totalmente a infecção pelo HPV, já que as lesões podem estar presentes em áreas não protegidas pela camisinha. Por conta disso, é necessário que as mulheres da faixa etária de risco, de 25 a 64 anos, realizem o exame citopatológico (também chamado de papanicolau ou preventivo) por dois anos seguidos, e se ambos os resultados derem negativo, o intervalo passa ser de três em três anos”, frisou.
Para realizar o exame, as usuárias podem buscar qualquer unidade básica de saúde da Semsa, inclusive as UBSs Móveis, portando RG, CPF e Cartão Nacional de Saúde (CNS). Se houver vaga, as mulheres podem realizar a coleta no mesmo dia, ou então terão o procedimento é agendado para o dia mais próximo. Para facilitar o acesso, a secretaria disponibiliza algumas unidades de horário ampliado até as 19h ou 21h, e nove unidades que funcionam aos sábados, das 8h às 12h.
Dados parciais da Semsa mostram que mais de 115 mil mulheres realizaram a coleta do exame preventivo no ano passado, sendo quase 100 mil da faixa etária de risco. No mesmo período, 2,4 mil colposcopia e 1 mil biópsias do colo do útero foram realizadas em policlínicas de Manaus para investigar lesões identificadas durante o preventivo.
Wanda Witoto, que é líder da etnia Witoto na comunidade, também assegurou que a parceria da Semsa tem sido fundamental para sensibilizar as mulheres para que incorporem o exame em suas rotinas. “Estamos numa mobilização muito grande para que todas compreendam que o exame é uma rotina necessária para proteger nossa vida. Estamos dialogando junto com a equipe da Semsa e temos conseguindo avançar”, frisou.
Para a líder indígena Elisa Saterê, a abertura do março Lilás no Parque das Tribos teve um simbolismo forte porque as mulheres indígenas ainda têm resistência a fazer o exame preventivo. “Agradeço a equipe da Semsa que atua no monitoramento, na prevenção das doenças e que faz um trabalho essencial para a prevenção dessa doença aqui no Parque das Tribos”, destacou.
Texto – Victor Cruz e Tânia Brandão / Semsa
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Fotos – Henrique Souza / Semsa