O diretor também conheceu a rede de frio do PNI local, no Distrito de Saúde Oeste, composta por 13 câmaras frias e ultrafrias, com capacidade para armazenar 1 milhão e 800 mil de doses de vacina para distribuição à rede básica de saúde do município.O diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, Eder Gatti, visitou a sede da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), nesta sexta-feira, 12/5, onde conversou com a titular da pasta, Shádia Fraxe, e com o subsecretário de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, sobre as ações que serão desenvolvidas pela Prefeitura de Manaus durante a Campanha de Multivacinação na capital.
“Decidimos começar primeiro no estado do Amazonas por conta da ocorrência da emergência em saúde pública internacional recente, que tivemos no Peru. Nós não temos paralisia infantil desde 1989 e agora com as baixas coberturas vacinais temos o risco real de reintrodução da doença no país. Estamos em um esforço para recuperar a cobertura vacinal não só da vacina de pólio, mas de todas as vacinas, para que a pólio, o sarampo, a difteria e a rubéola congênita não retornem”, explicou o diretor.
De acordo com Eder Gatti, a campanha de multivacinação vai acontecer em todo o Brasil, por etapas, sendo que Amazonas e Acre serão os primeiros a dar início à ação em virtude da confirmação de um caso de poliomielite no Peru e o risco de reintrodução do poliovírus pela área de fronteira.
Em Manaus, sob a execução da Semsa, a campanha terá início neste sábado, 13/5, e segue até o próximo dia 25 nas 171 salas de vacina da rede municipal de saúde, visando alcançar o público de 0 a 14 anos com atraso no calendário vacinal.
Eder destacou que a campanha vai se estender por duas semanas e o objetivo é fazer uma checagem da carteira de vacinação. “A orientação é que os pais levem seus filhos, crianças e adolescentes, para os postos de saúde para que seja feita essa checagem. O objetivo é vacinar contra todas as doenças”, disse.
Para apoiar os municípios, Eder informa que o ministério está programando um aporte financeiro, a ser repassado mediante apresentação e execução de um microplanejamento que aumente o acesso da população aos imunizantes e garanta os resultados programados.
Para Eder, o papel dos municípios na vacinação é essencial, assim como a utilização de novas ferramentas capazes de reverter as baixas coberturas vacinais registradas em todo o país a partir de 2015.
A secretária Shádia Fraxe destacou, durante o encontro com o diretor do PNI, que o município vai utilizar todas as estratégias possíveis para enfrentar ameaças concretas de doenças relacionadas tanto à sazonalidade quanto ao registro de casos em locais próximos de Manaus.
Estratégia
“Tivemos o registro de um caso de poliovírus vacinal no Peru no mês março, além de outros casos registrados em países onde a doença já estava controlada. Tivemos recentemente o alerta da Opas (Organização Pan-americana da Saúde) para que os países das Américas atualizem seus planos de resposta à transmissão endêmica do sarampo e estamos em período sazonal para influenza e meningite”.
Além de disponibilizar as vacinas do calendário básico em 171 unidades da rede básica, o município vai realizar busca ativa, com vacinação casa a casa pelos agentes comunitários de saúde, a partir do georreferenciamento, diversificação de dias, horários e locais de atendimento.
“Todo esse cenário nos deixa em alerta máximo e uma das nossas prioridades é informar as famílias sobre a gravidade da baixa cobertura vacinal e sensibilizá-las a levar as crianças às nossas UBSs para receber a vacina”, observa a secretária.
Além disso, completa a secretária, houve um caso de febre amarela, com óbito, em Letícia, na fronteira da Colômbia com o Brasil, e outro no município amazonense de Maraã, e, ainda, casos de difteria na Venezuela.
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Seguindo a tendência do País, em Manaus a cobertura vacinal começou a cair em 2016 e, mesmo com uma leve elevação no ano passado, segue abaixo do ideal. Considerando o público menor de 1 ano, quando devem ser aplicadas pelo menos 9 das 18 vacinas do calendário básico, a única com cobertura satisfatória é a BCG. As demais estão abaixo da meta de 95%, sendo que a febre amarela é a mais baixa, com apenas 66% das crianças imunizadas.
Foto – Grazi Praia / Semsa
Texto – Andréa Arruda / Semsa