A programação, executada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), foi iniciada no ramal 8 da estrada do Brasileirinho, bairro Distrito Industrial II, e seguirá até o final do mês de março, atingindo um total de 27 localidades, que são consideradas prioritárias para as ações de controle da malária na zona Leste de Manaus, com uma população de 2.728 pessoas.Para manter a redução dos casos de malária na capital, a Prefeitura de Manaus iniciou nesta terça-feira, 28/2, um novo plano de ação em comunidades na zona Leste, intensificando ações de prevenção e controle, já em preparação para reduzir o risco de aumento de casos a partir do mês de maio, quando tem início o período sazonal da doença no município.
“A Semsa tem conseguido o controle com as ações de rotina, com Manaus mantendo redução anual desde 2018, mas estamos buscando estratégias diferenciadas para garantir que essa redução continue sendo alcançada a cada ano. Porém, geralmente, cerca de 50% dos casos de malária do município ficam concentrados na zona Leste e o restante ocorre principalmente nas zonas rural terrestre e rural fluvial. Por conta dessa situação epidemiológica, a Semsa iniciou a ação na zona Leste, pretendendo expandir para a zona rural posteriormente, de acordo com os resultados alcançados, o que vai contribuir para um maior controle da doença em todo o município”, informou Alciles.
Durante a ação na estrada do Brasileirinho, o chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores da Semsa, Alciles Comape, lembrou que Manaus registrou, em 2022, uma redução de 37,2% de casos de malária em comparação com 2021, sendo que a zona Leste apresentou uma redução de 36% nesse mesmo período.
Plano
Entre janeiro e fevereiro deste ano, a zona Leste registrou 236 casos de malária, o que corresponde a 53,2% dos casos no município, com redução de 18% em relação ao mesmo período do ano passado. Este ano, Manaus como um todo registrou 444 casos de malária, com redução de 2,2% em comparação com o ano passado.
Segundo o chefe do setor de Endemias do Distrito de Saúde (Disa) Leste, André Nunes de Lima, as áreas consideradas endêmicas para malária na zona Leste estão concentradas principalmente na estrada do Brasileirinho, que percorre os bairros Jorge Teixeira e Distrito Industrial II, e em áreas do bairro Puraquequara, locais em que há programação específica durante o ano todo para o controle da doença.
O plano de ação da Semsa inclui a intensificação das atividades de Educação em Saúde, busca ativa de casos, diagnóstico e tratamento precoce, controle do vetor de transmissão da malária (o mosquito Anopheles darlingi) e instalação de mosquiteiros impregnados com inseticida, além do apoio da equipe de laboratório para revisão dos resultados de exames.
Na zona Leste, alertou André Nunes, também há registro de casos de malária quando ocorre ocupação desordenada, com invasões próximas de áreas endêmicas. “Nessas situações, já registramos surtos de 60 casos de malária por mês. Balneários, retiros espirituais e outros pontos que aglomeram pessoas em finais de semana também recebem atenção, com agentes realizando durante a semana ações de educação em saúde junto aos proprietários, distribuição de mosquiteiros e monitoramento de criadouros do vetor”, afirmou André Lima.
“O Disa Leste mantém cinco bases operacionais que contam com equipes formadas por agentes de endemias que fazem visitas domiciliares e por microscopistas para o diagnóstico, e de onde saem as equipes de controle vetorial que fazem o trabalho de implantação de mosquiteiros, monitoramento e tratamento dos criadouros do mosquito transmissor”, informou André Lima.
A malária é uma doença infecciosa produzida por protozoários do gênero Plasmodium, cujo principal vetor de transmissão é o mosquito Anopheles darlingi, e é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um grande problema de saúde pública nos países em desenvolvimento.
Para o caseiro Nilton Dias dos Santos, de 64 anos, que trabalha e mora há 10 anos em um balneário no Km 8 da estrada do Brasileirinho, o trabalho de agentes de endemias é essencial para o controle da malária. “Eles sempre estão aqui, quase todo dia, colocam remédio na água, fazem coleta para o exame, trazem o medicamento e ficam acompanhando. Mas não é só obrigação deles, as pessoas precisam ajudar porque é uma luta de todo mundo”, afirmou Nilton Dias.
A zona Leste ainda conta com as Unidades de Saúde Comte Telles, Avelino Pereira e Platão Araújo como referência para atendimento de casos de malária. “A população deve ficar atenta aos sintomas, principalmente febre, que normalmente surge na mesma hora do dia. Se hoje a pessoa tem febre às 8h, por exemplo, no dia seguinte vai acontecer no mesmo horário. Muitas pessoas confundem os sintomas da dengue por causa da febre, mas há essa diferença”, alertou Rosângela. Além da febre alta, os sintomas incluem calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça.
A diretora do Disa Leste, Rosângela Maria Castro da Silva, reforçou a importância do diagnóstico e tratamento precoce para o controle da malária. “As cinco bases operacionais mantidas pelo Disa Leste realizam atendimento diariamente, inclusive nos finais de semana, para o diagnóstico da doença. Com o diagnóstico positivo, o paciente já sai com a medicação e pode iniciar o tratamento de forma imediata”, relatou Rosângela Silva.
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
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Fotos – Henrique Souza / Semsa